Como que a querer rivalizar com a crescente popularidade do Canhão da Nazaré, numa autêntica luta de titãs do surf de ondas grandes, também um dos emblemáticos spots da Ilha da Madeira - o Jardim do Mar - ganhou ontem vida, de uma forma como há muito não se via, dando direito a observar até alguns dos maiores sets que alguma vez quebraram por ali, reunindo assim alguns nomes do surf internacional e nacional numa sessão para a memória

Ruben Afonso, um dos presentes, disse à Surftotal: 

"Entrei logo cedinho com o Tó Gama. Fomos os primeiros a chegar. Como dava muitas pausas entre sets, estava acessível para entrar na rampa. O mar não estava perfeito, apresentava um pouco de vento e uma mareta que dificultava os drops. A direção da ondulação estava perfeita. Já não me recordo bem quantas ondas apanhei, mas foram talvez seis. Apanhei a onda mais comprida do dia que foi desde o pico até aos “cascos”, aquelas pedras depois da rampa. Acho que nunca tinha surfado uma onda tão comprida. Na água estava o Rusty Long, Tom Lowe, Tó Gama, Clifford Toop, Frederico Mendes e eu. Surfei com uma prancha 9’4" emprestada pelo Paul Wetterau e levei um colete emprestado do Miguel Fortes”.

Uma questão que nos parece pertinente e deve ser colocada, precisamente depois de uma sessão fantástica e marcante como esta ter tido lugar, é por que raio a Madeira e o Jardim do Mar não estão incluídas no Circuito Mundial de Ondas Grandes? 

Parece-nos evidente que tem todas as condições e segurança para receber uma etapa do Big Wave Tour e, além do mais, sempre foi um destino fortemente associado a big wave surfing. Antes do frenesim atual, já a Madeira dava cartas no panorama das ondas grandes. Entidades responsáveis, isto é apenas uma chamada de atenção, um alerta, vá, mas por favor pensem nisso. 

As imagens são de André Pontes Photography

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