O TESTEMUNHO DE ERIC REBIERE SOBRE O VIOLENTO WIPEOUT NA NAZARÉ quarta-feira, 04 março 2020 10:29

O TESTEMUNHO DE ERIC REBIERE SOBRE O VIOLENTO WIPEOUT NA NAZARÉ

Que o levou a ser selecionado para o “Wipe Out of the Year” da WSL Big Wave Awards 2020...



Eric Rebiere, de 41 anos de idade, filho de pai francês e mãe brasileira, atualmente a residir na Corunha em Espanha, foi selecionado para a competição dos WSL Big Wave Awards 2020 para a categoria “Wipe Out of the Year”.

Tudo aconteceu durante a prova histórica realizada na praia do Norte na Nazaré, o Nazaré Tow Surfing Challenge, que decorreu no mês passado.

Eric Rebiere falou à Surftotal sobre o momento que o levou a sofrer o grande wipeout, e consequentemente a ser selecionado.

“Estava com o meu colega no primeiro pico quando veio uma onda maior no segundo pico. Eu já andava ali às voltas sem conseguir surfar e ele já tinha surfado a meia hora dele. Já tinha passado 10 minutos e ainda não tinha feito nenhuma onda, quando o meu colega acelera a fundo para apanhar uma onda do set entre o primeiro e o segundo pico, mas a onda estava muita tremida e irregular e eu só me concentrava em não cair. Quando cheguei à base da onda, comecei a desacelerar um pouco porque vi que estava mais liso, mas já foi tarde......A onda foi muito rápida e acabou por me engolir. O impacto foi muito forte e já sabia que as próximas ondas que viessem seriam difíceis de aguentar. Não estava a conseguir vir a superfície, caldo a após caldo e de repente quando estava bem no fundo do mar subi rápido para a superfície. Nesse momento vi que vinha uma onda enorme atrás com uma espuma monstruosa. Eu já estava muito cansado das ondas anteriores e ainda levei com mais duas ondas que me levaram até à areia. Estava tão fraco quando cheguei ao pé da areia que nem conseguia agarrar os leds para subir para a mota de agua. Mas acabei por conseguir subir para a mota de água do meu colega que me disse para voltar para a praia para respirar e recuperar depois de ver o meu estado.  Quando cheguei à praia mal conseguia andar. Deram-me um pouco de oxigénio, fui para o posto, troquei as cápsulas e voltei ao mar, direto para a corda, mas já não tinha energias. Na verdade acho que foi a segunda onda que me deixou completamente arrasado, apesar da primeira ter sido longa e violenta, mas a segunda também.  E é isso. Graças a Deus o sistema funcionou, levou-me para cima e não tive nenhuma lesão mais grave, apesar de até hoje estar com uma dor no ouvido. Estou pronto para a próxima.”

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