PODE O SURF SER CONSIDERADO UMA RELIGIÃO?

Há quem defenda que sim.

 

São vários os surfistas e autores que encontram no Surf uma ligação com a espiritualidade, que resulta do contacto íntimo com a natureza, em particular com o mar, de onde toda a vida surgiu.

 

Um artigo do Huffington Post reuniu testemunhos de várias individualidades para quem o Surf é considerado uma religião, e que descrevem essa relação umbilical com a espiritualidade.

 

Steve Kohler, um escritor/surfista, autor do aclamado livro ‘West of Jesus’, foi dos primeiros a pegar nesta conceito e a passá-lo para as páginas da sua obra. “…surfistas acreditam que - tendo em conta que o oceano foi o sítio de onde toda a vida surgiu -, surfar uma onda permite uma ligação com a nossa memória viva”, pode ler-se no livro.

 

O doutor em religião, e conservacionista, Bron Taylor, que estuda a espiritualidade ligada à Terra e ambientalismo, referiu-se ao Surf como “uma religião de natureza aquática”, num artigo doa American Academy Religion. “A crescente comunidade global do Surf deve ser entendida como um novo movimento religioso (…) Para estes indivíduos, surfar é uma forma de religião em que a prática é o núcleo sagrado, e as experiências levam a uma crença de que a natureza é poderosa, transformadora, curadoria e sagrada”.

 

Para Kelly Slater, um surfista conhecido por ter essa mística espiritual, descreveu em tempos à CNN o desporto da seguinte forma: “O Surf é a minha religião. O tubo é a derradeira experiência para um surfista. É o ‘olho’ da tempestade. Há quem diga que é como estar no ventre”.

 

Tom Blake, o lendário surfista que nos deixou em 1994, explicou, provavelmente melhor que ninguém, esta temática. No seu ensaio “The Voice of The Wave”, desenvolveu com precisão a seguinte filosofia: Natureza = Deus. 


Christian Mondor, um padre californiano, é o exemplo perfeito da ligação entre a espiritualidade e o Surf. Aos 70 anos comprou uma prancha de surf, sem nunca ter praticado. Hoje, com 80, é conhecido pela comunidade de Huntigton Beach com o Padre Surfista. “O Surf tem um lado espiritual, é uma altura de calma e contemplação. O tempo entre ondas é uma altura perfeita para rezar e ser grato. Enquanto cais e te levantas com os swells, há uma beleza e pureza nesses momentos. É uma sensação fantástica”, disse.



Uma coisa é certa: independentemente das crenças religiosas de cada um, há inegavelmente no mar, uma paz que permite que sintamos uma conexão espiritual com o mundo que nos rodeia, e que, ao mesmo tempo, nos dá lições de humildade perante algo que é muito maior que nós.

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