Maiores ondas de calor no verão e no inverno vão influenciar a mortalidade David Gray/ Reuters quinta-feira, 31 março 2022 14:22

Maiores ondas de calor no verão e no inverno vão influenciar a mortalidade

Deu conta um estudo feito pela investigadora Mónica Rodrigues da Universidade de Coimbra

 

Os alertas estão dados e vão sendo constantemente reavivados à memória. Um estudo feito pela investigadora Mónica Rodrigues da Universidade de Coimbra, divulgado ontem, dia 30 de março, onde esta relacionou as alterações climáticas com a taxa de mortalidade da população nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, fez saber que no futuro haverá uma redução da mortalidade relacionada com o frio extremo e em contra-partida registar-se-á um aumento provocado pelo excesso de calor. As análises foram feitas a curto, médio e longo prazo.

“Prevê-se um aumento da temperatura, quer no verão, quer no inverno com maior frequência de ondas de calor, tendo influência na mortalidade”, disse em declarações à Agência Lusa.

Os efeitos das alterações climáticas causadas, entre outros fatores, pelo aquecimento global são visíveis a olho nu e assistiu-se este inverno com temperaturas acima da média onde Portugal chegou a registar secas. Embora pareça algo distante a crise climática é um assunto que está na ordem do dia.

 

Os impactos no surf:

 

Até quando vai fechar-se os olhos alegando impotência? Só quando os nossos interesses forem diretamente afetados? Importa assim recordar o relatório dos especialistas do IPCC (sigla em inglês para Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) lançado em 2021 que alertou para a subida da temperatura global em 2,7 graus até 2100 tendo por consequência a subida do nível médio das águas do mar com o derretimento dos glaciares, se se mantiver o ritmo atual de emissões de gás com efeito de estufa. Como resultado, no surf a forma e tamanho das ondas pode mudar em beach breaks e nos reef breaks as ondas podem chegar a desaparecer. Sendo que esta subida poderá afetar Portugal já em 2030.

Neste sentido, destinos de surf que são muitas vezes procurados pelas elevadas temperaturas quer de clima, quer da água, vão ser os mais afetados.

Além disso, os derrocamentos das casas nas zonas costeiras, sobretudo no Hawaii, têm vindo a ser noticiados com cada vez mais frequência dado o aumento do mar. Ontem, registou-se mais um exemplo disso, quando a erosão costeira causou o desabamento de uma casa em O’ahu, próximo a Rocky Point.

 

 

Estes estudos “podem servir a uma abordagem preventiva, por exemplo no planeamento de estratégias de intervenção a nível local”, disse Mónica Rodrigues à agência Lusa. Mas para isso é preciso agir depressa porque já estamos a remar contra a maré.

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