A Nazaré voltou a concentrar na passada sexta-feira, dia 25 de fevereiro, vários big wave riders e várias pessoas que queriam assistir ao espetáculo cuja publicidade dava a entender tratar-se de uma das maiores ondulações alguma vez vista no canhão. Ergueram-se de facto montanhas de água mas de acordo com Lucas Chumbo, Fred David, entre outros, o período muito alto e a desordenação das ondas, destruiu as expectativas. Ainda assim, embora não se tenham batido recordes, a Nazaré criou espaço para grandes drops, grandes ondas surfadas e grandes wipeouts e hoje ainda se sente a energia por ela deixada.

Como a Surftotal já tinha feito saber, Nic Von Rupp fez as inaugurações do dia em matéria de wipeouts. No entanto, noticiamos que o big wave rider português não se tinha magoado, algo que este veio desmentir publicamente na sua página de instagram quando declarou que tinha ferido o ombro. “Que dia louco, difícil pôr em palavras o que aconteceu. São 4h08 da manhã e não consigo dormir enquanto processo toda a informação, visões, sentimentos e erros”, começou por escrever. “Tive um wipeout pesado na minha segunda onda que feriu o meu ombro com gravidade. Não era o lugar onde queria cair. Foi com certeza o meu wipeout mais pesado aqui”, acrescentou.

Nic Von Rupp e o wipeout na segunda onda | Créditos de imagem: Alexandre Bettencourt

“É uma linha ténue entre o sucesso e o fracasso com que tens de jogar"

Em entrevista com o atleta, Nic Von Rupp falou numa linha ténue entre o sucesso e o fracasso nestas ondas. “Sucesso é sair inteiro, que é o nosso caso”, disse. No vídeo do wipeout divulgado pela SurfTotal não se percebe com exatidão quando veio ao de cima se quando caiu foi para baixo da onda, para a frente ou atirado em direção à praia. Nic Von Rupp salientou ainda que é difícil lidar com os solavancos e saber exatamente onde se está para não se ser apanhado.

Nic Von Rupp a lidar com os bumps | Créditos de imagem: Alexandre Bettencourt

Nazaré VS Jaws

O big wave rider pôs lado a lado a onda da Nazaré e de Jaws e explicou as sete diferenças. Se por um lado, Jaws é um pointbreak com uma onda que permite maior tempo de surf por ter uma parede na horizontal mais comprida, a Nazaré já se apresenta como uma avalanche de água onde é mais difícil orientar e fazer face aos degraus (‘bumps’) na descida da onda. Outra grande diferença apontada por Nic é o facto da gigante onda portuguesa ser mais constante “o swell ainda não acabou, para a semana ainda vai haver ondas, nunca pára. Uma funciona uma vez por ano, a Nazaré funciona todos os dias”.

Assiste aqui ao Beach Cam da SurfTotal no Canhão da Nazaré

Checa o momento do wipeout em que vemos tudo o que se passou: