O Foco de Yolanda tem sido a sua grande arma O Foco de Yolanda tem sido a sua grande arma WSL / Thiago Diz quinta-feira, 16 outubro 2025 17:12

O momento triunfante em que Yolanda Hopkins se tornou a 1ª surfista portuguesa a qualificar-se para o Circuito Mundial (CT) da WSL

Feito histórico alcançado em Saquarema, Brasil, após anos de persistência e superação

 

O surf português vive um momento histórico. Yolanda Hopkins acaba de garantir a qualificação para o Championship Tour (CT) de 2026, tornando-se na primeira surfista portuguesa de sempre a atingir a elite mundial feminina da World Surf League.

A confirmação chegou esta quinta-feira, em Saquarema (Brasil), durante o Banco do Brasil Saquarema Pro, quinta etapa das Challenger Series 2025, depois de Yolanda se apurar para as meias-finais do evento. Um feito que consolida uma época de enorme consistência e marca um ponto de viragem no surf feminino nacional.


O momento da consagração

O instante em que Yolanda percebe que está qualificada ficará gravado na memória do surf português.
Após vencer Ellie Harrison (AUS) nos quartos de final, por 10,67 pontos contra 10,07, a organização confirma o que todos já suspeitavam: “You’re in the CT!”.
Entre lágrimas e abraços da equipa, a surfista algarvia desabafa:

“Foi aqui que no ano passado perdi por um ponto e vi o sonho escapar-me. Agora, um ano depois, é aqui que tudo se concretiza. Estou muito feliz. Trabalhei muito para isto e é uma honra representar Portugal no circuito mundial.”

 


Trajeto de Yolanda na Challenger Series 2025

Desde o início da temporada, Yolanda Hopkins mostrou ser uma das atletas mais consistentes do circuito.
Eis o percurso que a levou até à qualificação:

  • Início sólido — entrou diretamente na segunda ronda em Saquarema, posicionada entre as favoritas.

  • Ronda 2: terminou em 2.º lugar com 10,87 pontos, atrás da australiana Ellie Harrison (12,00).

  • Oitavos de final: derrotou Alyssa Spencer, então 11.ª do ranking, por 10,73 vs. 10,14.

  • Quartos de final: vingou a derrota anterior frente a Ellie Harrison, com 10,67 vs. 10,07, garantindo matematicamente a entrada no CT 2026.

  • Meias-finais: enfrentará a experiente Sally Fitzgibbons, ex-número um mundial.

Com este percurso, Yolanda consolidou a vice-liderança do ranking do Challenger Series, com 29.460 pontos, assegurando qualificação direta para o circuito mundial.


O fantasma de 2024 e a redenção em 2025

A vitória em Saquarema tem um simbolismo especial:
em 2024, Yolanda tinha ficado a apenas um ponto de garantir a qualificação para o CT, perdendo num heat decisivo no mesmo local.
Aquela derrota foi dura — mas tornou-se combustível.
Um ano depois, na mesma praia e contra o mesmo tipo de pressão, a portuguesa escreveu o final que sonhava.


Os resultados que pavimentaram o caminho

A temporada de 2025 foi exemplar em consistência e mentalidade competitiva:

  • 2.º lugar – Ballito Pro (África do Sul)

  • Quartas de final – Gold Coast (Austrália)

  • Quartas de final – US Open of Surfing (Huntington Beach, EUA)

  • Semifinalista – EDP Ericeira Pro (Portugal)

  • Semifinalista – Banco do Brasil Saquarema Pro (Brasil)

Com estes resultados, Yolanda assegurou uma das sete vagas femininas disponíveis para o WCT 2026, onde vai competir ao lado das melhores surfistas do planeta.


Um marco para o surf português

Com este feito, Yolanda Hopkins junta-se a Tiago Pires e Frederico Morais, os únicos portugueses que até hoje haviam chegado ao circuito principal da WSL — mas no masculino.
O seu nome entra assim definitivamente para a história do surf português, num momento que simboliza a força, a resiliência e a qualidade das surfistas nacionais.

“É um orgulho enorme ver uma atleta portuguesa a chegar ao topo do surf mundial. A Yolanda é um exemplo de foco, talento e perseverança”, referiu uma fonte da equipa técnica nacional.


Portugal ainda pode fazer história em triplicado

Além de Yolanda, Francisca Veselko e Teresa Bonvalot continuam na luta pela qualificação.
Kika mantém-se em 4.º lugar no ranking, dentro da zona de acesso, enquanto Teresa está a menos de 300 pontos do “cut”.
Com duas etapas ainda por disputar — Pipeline (Havai) e Newcastle (Austrália) —, o sonho de ter três portuguesas no WCT 2026 está mais vivo do que nunca.


Assiste ao momento histórico abaixo

Itens relacionados

Perfil em destaque

Scroll To Top