O FORMATO JUSTO DO DREAM TOUR DA WSL - LIAM MCNAMARA EXPLICA terça-feira, 06 agosto 2019 11:45

O FORMATO JUSTO DO DREAM TOUR DA WSL - LIAM MCNAMARA EXPLICA

O Circuito Mundial de Qualificação da World Surf League (QS) tem mostrado não estar adaptado para trazer ao Championship Tour (CT) os surfistas adequados ao circuito...

e Liam Mcnamara, um famoso goofy footer, big wave rider havaiano e irmão mais novo de Garret Mcnamara veio dizê-lo publicamente numa publicação na sua página de facebook no mês passado chegando a dizer que o WQS é um pesadelo.

 

Liam e Garret Mcnamara Liam e Garret Mcnamara Foto: arquivo pessoal Liam Mcnamara

 

 

Atualmente existem 61 etapas no circuito de qualificação masculino, mas as ondas das etapas do QS não são de todo comparáveis às do CT, o que o torna desajustado. Prova disso foi o Vans US Open of Surfing, a última etapa do QS realizada em Huntington Beach, na Califórnia. Esta é uma das etapas mais mediáticas do circuito e que atrai mais atletas devido aos ambicionados 10.000 pontos que podem deixar o campeão mais perto da qualificação, pois com certeza não é a qualidade de ondas que os atrai.

A etapa é um bom exemplo de como estas duas plataformas têm realidades completamente distintas. Se formos a ver a qualidade da onda de Huntington Beach a comparar com a onda da próxima etapa do CT que se irá realizar em Teahupoʻo, no Tahiti não tem qualquer fundamento que a base de preparação do atleta para se qualificar no CT seja num local como este onde o tamanho médio da onda deverá ser meio metro, com sets maiores, que demoram uma eternidade a entrar.

 

As ondas são simplesmente incomparáveis e tal como Liam Mcnamara diz:

 

"é como se os pilotos de forma 1 fossem selecionados em circuitos de karting."

 

Para perceber como a WSL poderia modificar o processo de qualificação, falamos com Liam para saber a sua visão sobre qual poderia ser o caminho para tornar o WQS mais ajustado.

 

 

Liam McNamara Foto: Scott Aichner

 

Surftotal: Conta-nos desde quando começaste a ter a noção de que o Circuito Mundial de Qualificação (WQS) não é adequado para a qualificação dos surfistas para o WCT?

Liam Mcnamara - Eu tenho-a, tal como a maioria dos surfistas do WQS, há quase 20 anos desde que o WQS começou.

 

Surftotal: Sendo a WSL uma empresa privada, faz com que basicamente a gestão do Tour QS e CT seja feita com a procura do lucro. Os governos locais (onde o QS acontece) são neste momento os principais financiadores desses eventos. Como poderia na tua opinião a World Surf League gerir de forma diferente e alterar o formato dos QS e do CT?

 

Liam Mcnamara - Há muitas opções que permitem melhorar, como por exemplo tendo todas as regiões a realizar os seus próprios tours do WQS, apenas abertos para os surfistas da região. Desta forma qualificar-se-iam surfistas de cada região para entrar no CT! Isto permitiria que os melhores surfistas competissem em cada região, ganhassem dinheiro e não tivessem que gastar tanto para viajar pelo Circuito QS. Assim criar-se-ia um tour mundial real com todas as regiões a ter surfistas representantes no CT. Dou-vos um exemplo:

- Neste momento só temos algumas etapas no QS com grande qualidade de ondas, mas as melhores que temos são etapas com estatuto de 1.000 e 3.000 pontos em lugares onde as ondas são incríveis. Sunset beach(Haw) - 1.000, Pipeline(Haw) - 3.000, Tahiti - 1.000,  Filipinas - 3.000, Nias(Indonésia) - 3.000. Então, basicamente temos etapas de 6.000 e 10.000 pontos em lugares maus.

- Outra opção é apenas ter triagens para todos os eventos do CT uma semana antes do evento e qualificar os 8 surfistas para competir no evento principal das etapas do CT! Os 8 surfistas que avançassem nas triagens podiam ser no mínimo os 4 melhores surfistas da região onde a competição é realizada e os 4 melhores surfistas fora da região. Ou poderia ser como foi há décadas com grandes triagens e um top 32 de surfistas no tour do CT em que 16 avançavam a partir das triagens. Se conhecem a história, então sim, seria uma tour como nos velhos tempos.

"Se não realizarmos as etapas do WQS em locais semelhantes ao WCT, então estamos a qualificar os surfistas errados." Diz em tom de finalização Liam Mcnamara

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