Foto: facebook Miguel Blanco Foto: facebook Miguel Blanco terça-feira, 15 outubro 2019 09:49

A IMPORTÂNCIA DA PSICOLOGIA NO SURF PELOS OLHOS DE MIGUEL BLANCO

Atual bi-campeão nacional de surf...

Com a conquista do seu segundo título nacional e mais uma oportunidade de competir com a elite mundial de surf no Meo Rip Curl Pro Portugal pela terceira vez, e pelo segundo ano consecutivo, Miguel Blanco está de momento numa excelente fase da sua carreira pelo que a Surftotal conversou com o surfista da linha de Cascais para saber mais sobre esta fase da sua carreira, a importância da psicologia no surf e os seus objetivos.

 

Foto: Jorge Matreno / ANSurfistas

 

Parabéns pelo titulo nacional, foi um final de Liga Meo bastante competitivo e tu ainda que em desvantagem na ultima etapa conseguiste vencer. Sabemos que muito se passa na cabeça de um atleta que luta por um título ou por um heat ou outro objetivo. Conta-nos como encaraste essa ultima etapa?

Fiquei muito feliz com o meu título nacional, por me ter sagrado campeão nacional pela segunda vez. Eu entrei na etapa de Carcavelos em desvantagem, precisava de fazer pelo menos uma final para ganhar o campeonato e assim aconteceu. Cheguei lá e ganhei o campeonato. É verdade que precisar do resultado, chegar e fazer é muito significativo. Foi um campeonato bem intenso, com ondas boas em Carcavelos, mas também bastante desafiantes e claro, não podia estar mais feliz. Sabia que tinha uma chance de ganhar o título, acreditei, pus toda a minha energia nisso e acabei por vencer.    

 

Um surfista profissional que pretenda alcançar os seus objetivos deve trabalhar muito, inclusive a parte psicológica. Também o tens feito? Como tem sido esse processo? Achas de facto fundamental?

Claro que sim. A parte psicológica, emocional, é sem dúvida muito importante e principalmente neste último campeonato jogou muito, teve muita importância. Eu também treino isso com o meu treinador Zé Seabra. Sem dúvida que teve um peso bastante grande porque precisar de um resultado alto, com pressão, com uma oportunidade de ir ao WCT, era muita coisa em jogo e para uma pessoa conseguir manter a cabeça fria para tomar as decisões corretas na hora certa sem dúvida tem de estar muito bem preparada não só fisicamente como psicologicamente.

 

Este título nacional veio acrescentar algo na tua carreira de surfista profissional?

Este título nacional mostra alguma consistência minha competitiva. Mostra que também tenho o meu espaço no surf nacional e que tenho uma marca a deixar e claro, trás sempre coisas boas com o título, traz mais apoios, mais visibilidade, mais confiança, trouxe-me a oportunidade de competir mais uma vez no WCT em casa. Traz coisas boas, como é óbvio.

 

Foto: facebook Miguel Blanco

 

E agora o CT em Peniche? Qual o grande objetivo?

O meu objetivo em Peniche é simplesmente fazer o meu surf e estando na big league, no WCT, não me intimidar e surfar tudo o que sei, mostrar o meu valor e divertir-me. Eu não tenho aqui nada a perder, quem está a lutar pelos títulos Mundiais é o Medina e o Toledo, eu estou aqui como underdog, vai ser um dos últimos campeonatos que eu vou fazer este ano, porque vou dedicar esta última parte do ano mais às surftrips e apanhar ondas boas na Europa, portanto o meu objetivo é desfrutar, surfar e não me intimidar pelos outros.

 

Sentes que fazendo uma boa campanha neste CT algo pode mudar para muito melhor na tua carreira?

Acho que sim, que fazer uma boa campanha seria no fundo como o título nacional, mas numa escala maior. Ia trazer mais visibilidade, mais projeção, mais oportunidades e também trazer um pouco mais de confiança competitiva que é sempre bom ter. Vai ser um campeonato do meu patrocinador principal, a Rip Curl, portanto é mais uma oportunidade para eu mostrar o meu potencial no palco principal, no WCT.

 

Como vês os surfistas Portugueses da tua geração e mais novos? Sentes que de facto se estão a tornar em atletas de alta competição? Sentes que percebem que se querem alcançar uma carreira internacional terão de abdicar de muita coisa e usar o seu espírito de sacrifício para alcançar os seus objetivos?

Acho que temos uma geração de novos surfistas muito boa e que vêm aí com muito potencial em carga, o Afonso Antunes, o João Mendonça, o Matias Canhoto são dos três que eu vejo com bastante potencial para vingar internacionalmente. Para além do talento é preciso muito trabalho, muito esforço, eu acredito que eles tenham, mas uma pessoa nunca sabe o dia de amanhã, mas eu espero que tenham porque nada me daria mais satisfação do que ver gerações futuras a ganharem o seu espaço no surf internacional.

 

Foto: facebook Miguel Blanco

 

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