O Futuro do Surf em Portugal - Pêpê, pai de Martim Carrasco, ex-competidor e ex-dirigente de clube de surf sábado, 31 maio 2025 16:34

O Futuro do Surf em Portugal - Pêpê, pai de Martim Carrasco, ex-competidor e ex-dirigente de clube de surf

 antigo competidor e dirigente de clube, partilhou a sua perspetiva sobre o estado atual e os desafios do surf nacional.

 

 

Pêpê Carrasco: “As melhores ondas são cá, mas falta dinheiro e apoio aos atletas”

 

 

No âmbito do fórum de discussão sobre o futuro do surf em Portugal, Pêpê Carrasco, pai de Martim Carrasco — jovem surfista promissor — e antigo competidor e dirigente de clube, partilhou a sua perspetiva sobre o estado atual e os desafios do surf nacional.

Um apoio que nasceu naturalmente

Sobre o apoio ao filho, Pêpê explicou:

“Eu estou no meio, também competi nos anos 70 e 80, foi natural apoiar. Foram eles que quiseram a determinada altura, e também eles que decidiram mudar de direção a certa altura.”

Principais desafios: falta de apoios e exigências elevadas

Destacou que, apesar dos progressos em termos de profissionais como preparadores físicos, nutricionistas e até piscinas de ondas, continuam a faltar apoios financeiros e estruturais:

“No início, não havia nada. Agora já há, mas não há patrocínios. O sistema escolar não está preparado para atletas de alta competição. Os prize money são fracos, principalmente nos WQS, e há poucas provas.”

Clubes esforçados, mas com recursos limitados

Sobre o papel dos clubes e da federação, foi claro:

“Os clubes não têm condições nem dinheiro, muito fazem eles. Não tenho razão de queixa, sou de dois dos três ou quatro clubes a sério em Portugal. Fui vice-presidente de um clube que recebia 500€ por ano da câmara municipal — não dava para o som de um intersócios.”
“Em relação à federação, não estou muito por dentro. Suponho que dê direção... "

Mudança para o estrangeiro? Só para aprender, não para ficar

Por fim, Pêpê falou da eventual mudança para outro país:

“As melhores ondas são cá, e é preciso dinheiro. Agora, fazer workshops ou estadias prolongadas, sim: Brasil para aprender truques, Austrália para absorver cultura e Indonésia para os tubos. O Havai não é assim tão importante.”

 

 

Entrevista a Pêpê Carrasco, pai de Martim Carrasco, ex-competidor e ex-dirigente de clube de surf

No âmbito do fórum de discussão promovido pela Surftotal sobre o estado atual do surf competitivo e formativo em Portugal, recolhemos o testemunho de Pêpê Carrasco, pai do jovem surfista Martim Carrasco, ele próprio ex-competidor e ex-dirigente associativo. Pêpê partilha connosco a sua experiência e visão sobre os principais desafios que o surf nacional enfrenta.

1. O que o motivou a apoiar o seu filho na prática do surf competitivo?

"Eu estou no meio, também competi nos anos 70 e 80, foi natural apoiar. Foram eles que quiseram a determinada altura, e também eles que decidiram mudar de direção a certa altura."

2. Quais os maiores desafios que têm enfrentado no percurso do seu filho?

"No início, não havia nada, muito menos o multidisciplinar direcionado para o surf. Agora já há preparadores físicos, nutricionistas, psicólogos, trampolins e até piscinas de ondas. Mas não há patrocínios, e o sistema escolar (e principalmente os responsáveis pelas escolas) não está preparado para atletas de alta competição. Os prize money são fracos, principalmente nos WQS, e há poucas provas.

3. Sente que há apoio suficiente dos clubes e da federação?

"Os clubes não têm condições nem dinheiro, muito fazem eles. Não tenho razão de queixa, sou de dois dos três ou quatro clubes a sério em Portugal. Fui vice-presidente de um clube que na altura recebia 500€ por ano da câmara municipal — não chegava para pagar o som de um intersócios. Em relação à federação, não estou muito por dentro, e mudou agora a direção. Suponho que dê direção..."

4. Consideraria mudar para outro país se surgissem melhores oportunidades?

"Na Europa só há (e é agora) melhores oportunidades em França e na Alemanha, mas só para os autóctones, como é natural. As melhores ondas são cá, e é preciso €. Agora fazer workshops ou estadias prolongadas, épocas fora para aprender coisas diferentes, sim: Brasil, para as ondas de média qualidade e para os truques do cirque du Soleil (a competição obriga a isso); Austrália, para absorver a cultura de surf e estar na água com um nível de performance geral 90% superior ao nosso; Indonésia, para os tubos. O Havai não é assim tão importante."

 

Esta entrevista integra o Fórum Surftotal: O Futuro do Surf em Portugal, uma iniciativa editorial que pretende reunir vozes influentes do surf nacional — desde clubes e escolas a marcas, atletas, dirigentes, pais e treinadores — para refletir sobre o momento atual da modalidade e os caminhos possíveis para o seu crescimento sustentável. Ao longo das próximas semanas, publicaremos contributos diversos que ajudarão a construir uma visão partilhada sobre os desafios e oportunidades do surf em Portugal.

Se representa uma entidade do surf nacional e gostaria de participar neste fórum, escreva-nos para info@surftotal.com.

Perfil em destaque

Scroll To Top