Nenhum surfista quer competir com o mais feroz predador dos mares. Nenhum surfista quer competir com o mais feroz predador dos mares. Foto: DR terça-feira, 17 abril 2018 15:01

O Surf é um desporto onde se corre o risco de ser comido vivo

Isto é duro de se dizer, mas tem que ser dito… 

 

No Surf, tal como noutros desportos, o risco está bem presente. Tendo como exemplo o World Tour, as provas em Pipeline e Teahupoo são o tipo de ondas onde, graças a um mero descuido, a um mínimo deslize, se pode obter uma lesão difícil de recuperar, que pode acabar com a carreira de um atleta ou até resultar numa morte inesperada. 

 

Acontece em todos os desportos, mas, atenção, reparem, estamos a falar de competição e de decisões pessoais que são tomadas no momento, em meras frações de segundo. Por vezes, as decisões que se tomam correm bem, outras vezes nem por isso. É o risco. 

 

Ao longo dos anos temos vários exemplos que poderíamos enumerar. No entanto, no que diz respeito à esfera da competição em si, o Surf parece ser o único desporto à face da Terra onde realmente se pode morrer ao ser comido por um animal...

 

Sim, nós sabemos… a visão de tal cenário, por si só, é avassaladora, terrível, assustadora… mas pode acontecer! É algo que está bem presente e cabe-nos a nós falar disso. Em mais nenhum outra competição isso sucede uma vez que têm lugar em ambientes controlados.  

 

Depois de 2015, na final em J-Bay, com Mick Fanning a conseguir sobreviver milagrosamente a uma investida de um tubarão-branco (talvez tivesse sido apenas um toque de curiosidade, pois só isso explica o facto de ainda estar vivo), o tema dos ataques de tubarões volta a invadir os tablóides, revistas e websites. É o tópico do dia. 

 

Recordemos esse momento intenso de Mick Fanning, vivido pela primeira vez no surf profissional, na África do Sul: 

 

 

À cabeça, relativamente ao tema que aqui esmiuçamos, está agora a Austrália Ocidental e o Margaret River Pro. Só no novo milénio, a região regista 13 mortes em consequência de ataques de tubarões

 

Gabriel Medina e Italo ferreira já meteram o dedo na ferida e, parece-nos, com alguma razão. Só quem não ama a vida, deseja correr o risco de entrar - de livre vontade - num line up onde existe a possibilidade de se cruzar com o pior e mais feroz predador dos mares. Vocês estariam dispostos a isso?

 

Por esse motivo, é bom que os fãs do surf se preparem para o pior. É que, se e a situação não melhorar nas próximas horas e/ou dias, o Margaret River Pro pode até não terminar  - o que nos parece improvável face às obrigações da WSL com os seus patrocinadores, algo que poderia criar algum complicado celeuma comercial e institucional. Por outro lado, eventualmente, poderemos ver novamente um surfista a ser atacado por um tubarão - o que, avaliando pelos últimos relatos e episódios, nos parece francamente provável que aconteça. 

 

Seja qual for a decisão da organização ou o desfecho do campeonato, esta é decididamente uma paragem a considerar de futuro, que tem necessariamente que rever os pros e contras. A não ser que todos se sintam bem a competir em tal ambiente. Ou é preciso morrer alguém primeiro?  

 

É certo que a WSL já acionou os meios de segurança e garante que a competição contará com water patrol (assistência de moto de água), sondas e drones no ar que passarão a zona de competição a pente fino. Como já se viu numa recente sessão de free surf de John John, os drones podem ser de vital importância na observação da atividade no line up

 

Agora perguntamos nós: Será tudo isso suficiente? 

 

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P.S.: Este artigo é puramente especulativo, pois a verdade é que não temos dados nem informações que nos digam que o Margies Pro venham algum dia a ser eliminado do World Tour. 

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