Um movimento na final de Peniche que quase o levou à vitória. Um movimento na final de Peniche que quase o levou à vitória. Foto: Kirstin Scholtz/WSL terça-feira, 24 novembro 2015 18:02

O INTERGALÁCTICO ÍTALO FERREIRA

O trajeto avassalador do surfista brasileiro não tem passado despercebido…

 

 

Filipe Toledo tem estado muito bem esta temporada e é um dos seis surfistas que está na corrida pelo título mundial. Título esse que ficará definido na última etapa, o Billabong Pipe Masters que tem encontro marcado de 8 a 20 de dezembro. O talento brasileiro venceu o Moche Rip Curl Pro Portugal e com isso deu azo a um crónica (ver aqui) onde comparámos o seu fulminante desempenho com o de Gabriel Medina em 2014.

 

No entanto, não foi apenas Toledo que chamou a nossa atenção em Peniche. Falamos, obviamente, de Ítalo Ferreira, o “zuca” de 21 anos natural da Baía Formosa, Rio Grande do Norte, que em 2014 foi vice-campeão mundial júnior e ficou em sétimo lugar na Qualifying Series, e que no passado dia 30 de outubro alcançou a sua primeira final no World Tour, saltando do oitavo para o quinto lugar do ranking.

 

 

Na final, se bem se recordam, Filipe Toledo começou de forma imperial, registando um 10 perfeito e unânime numa vaga onde realizou nada mais nada menos do que dois aéreos. De seguida o surfista voador de Ubatuba escancarou noutra direita onde aproveitou, mais uma vez, para destruir. Nesta recebeu do painel de juízes o prémio de 7.33 pontos.

 

O score de 17.33 pontos, conseguido logo nos primeiros minutos da final, deixou Ítalo em maus lençóis. Mais parecia que o seu amigo e conterrâneo tinha levado dois socos consecutivos na barriga. Sem qualquer capacidade de resposta. No entanto, a fibra do brasileiro não tardou a vir ao de cima e, depois de uma onda inicial de 7.20 pontos, seguiu-se uma impressionante nota de 9.33 pontos - graças a um aéreo abusado que só está ao alcance dos melhores surfistas do globo.

 

Ítalo acabou por não vencer, perdeu a final por uma margem pontual curtíssima, mas foi convincente na resposta dada, atestando por completo o trajeto galáctico desta temporada. Uma temporada onde nem tudo foi perfeito para o camisola número 15 da WSL, que pelo caminho teve que lidar com lesões no ombro e no joelho, mas que é já considerada a melhor de sempre para um surfista no seu primeiro ano de CT.

 

Portanto... Rookie do ano? Claro que sim. Muito dificilmente não conseguirá esse feito. Porém, há muito para trabalhar e evoluir neste que é já, realce-se, um dos surfistas que muito facilmente poderá causar algumas surpresas em 2016. Ou não fosse ele um dos valores da Brazilian Storm!

 

- A voar pelo lip do Molhe Leste. Foto: Pedro Mestre/WSL. 

 

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Texto: AF

 

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