O português em ação nas ondas de J-Bay. O português em ação nas ondas de J-Bay. Foto: WSL/Cestari terça-feira, 03 julho 2018 15:28

Open J-Bay: Heat de nervos coloca Frederico Morais no Round 4

Português acaba de superar americano Kolohe Andino… 

  

Nervos à flor da pele - pelas nossas instalações e em múltiplos lares portugueses - quando arrancou o Heat 4 do Round 3 do Corona Open J-Bay que colocou Frederico Morais frente a Kolohe Andino. De um lado o talento norte-americano, 12.º classificado no ranking, vindo de um motivador terceiro lugar em Uluwatu. Do outro, o único surfista português no WT que, embora esteja presentemente na 21.ª posição do ranking, chegou à final deste mesmo evento o ano passado e… bem, seguramente que terá uma palavra a dizer neste confronto. 

 

Na primeira troca de ondas Frederico Morais esteve francamente melhor e mais seguro: vários carves e curvas bem desenhadas desde o outside até ao inside, apoiadas na velocidade e com uma boa leitura de onda que valeram 5.50 pontos. 

 

Na resposta, Kolohe Andino apostou na velocidade extrema e em dar uma única manobra. O surfista de San Clemente veio sempre bem “down the line” até ao inside onde acabou por encontrar uma junção e não hesitou em voar. Kolohe apostou todas as fichas num air reverse e deu-se bem uma vez que consegue aterrar. Aplausos e gritos de euforia escutaram-se na areia e acabam por desconcentrar o português, levando-o a ficar a meio caminho na sua segunda onda. 

 

Andino recebe 7.93 pontos e passa para primeiro do heat (quando faltam 24 minutos para o final), enquanto Morais recolhe 2.50 pontos do painel de juízes, que passa a ser a nota de backup, e o requisito para recuperar a liderança fica estabelecido em 2.81 pontos. Peanuts, pensámos nós, mas, pouco tempo depois, Kolohe aproveita para realizar a nova onda, mesmo estando a prioridade com o português, e consegue 5.63 pontos - deixando Frederico à procura de 8.06 pontos.

 

A diferença aumenta com esta atualização, os nervos idem idem aspas aspas, começa a faltar calma e discernimento… e algumas ondas são apanhadas sem grande critério de seleção a cerca de 15 minutos de soar a buzinadela. Morais regista 2.63 e 1.97 em duas ondas consecutivas, mas continua em segundo lugar e o requisito mantém-se nos 8.06 pontos. 

 

Passam mais alguns segundos e o português finalmente começa a soltar o perfume e trabalhar na recuperação. Numa onda bem “clean”, “Kickass” desenha várias curvas portentosas, sem erros a assinalar, até esta fechar. Vê o seu esforço recompensado com 8.60 pontos e passa para primeiro lugar. Finalmente! No entanto, sol de pouca dura, pois o norte-americano consegue 6.60 pontos na resposta, a sua sexta onda (quando precisava de 6.18 pontos) e volta a virar a situação a seu favor. 

 

Com 7 minutos por cumprir no relógio, à procura de 5.93 pontos e com a prioridade, o heat estava longe de ter terminado e adivinhava-se uma resposta à altura desse grande surfista que é Frederico Morais.  Resposta que veio momentos depois… 

 

Com múltiplas manobras bem conseguidas, numa linha de top to bottom, num trabalho de rail que se pode considerar limpo e perfeito, o português recupera a liderança com a nota que era esperada - 7.07 pontos. Os papéis invertem-se e o nervoso miudinho passa para Kolohe Andino que fica a correr atrás de 7.75 pontos. 

 

Nos instantes finais, a cerca de minuto e meio do fim, Andino ainda tem uma última hipótese e investe num Alley-Oop, mas o pé da frente desliza ao aterrar e não consegue finalizar. Os fãs portugueses respiram de alívio. Frederico Morais avança ao Round 4 e deixa a nação cheia de orgulho. Contudo, vale sublinhar, não foi fácil e esta foi mais uma vitória do acreditar e do querer. 

 

"No início o heat foi um pouco frustrante, porque não vieram muitas ondas, mas na parte final foi melhor e mais consistente. Sei que posso melhorar no aspeto da gestão da prioridade e estou contente por ter passado mais uma fase. Foi um bom dia, sempre a a observar boas ondas, mas fiquei algo apreensivo com o tubarão. Tudo correu bem e isso é que interessa”, disse Frederico Morais na entrevista pós heat. 

 

 

Relativamente à ronda 2, Kelly Slater não teve mãos a medir com Jordy Smith (Heat 4) e disse adeus à competição, tal como Ezekiel Lau, Matt Wilkinson, Joan Duru e Michael February, entre outros, que não conseguiram superar os seus adversários e também já estão arredados da prova sul-africana. 

 

Nota positiva para Wade Carmichael, Adriano de Souza, Connor O’Leary e o wildcard Mikey Wright que, ainda nesta ronda, alcançaram notas acima dos 8 pontos e a qualificação ao Round 3. Round 3 que, por sua vez, iniciou com uma soberba performance do “recém reformado” Joel Parkinson (7.50 + 9.37), Conner Coffin (7.90 + 8.67) e de Jordy Smith (7.67 + 640) que, no Heat 3, nos proporcionou um animado confronto com Tomas Hermes. 

 

 

O Heat 4, em que esteve envolvido Frederico Morais, foi o último deste segundo dia de competição, estando os restantes oito agendados para amanhã, quarta-feira, com o call a ser dado às 7h30. 

 

H5. Jeremy Flores (FRA) x Wade Carmichael (AUS)

H6. Julian Wilson (AUS) x Wiggolly Dantas (BRA)

H7. Filipe Toledo (BRA) x Yago Dora (BRA)

H8. Michael Rodrigues (BRA) x Adriano de Souza (BRA)

H9. Owen Wright (AUS) x Sebastian Zietz (HAV)

H10. Willian Cardoso (BRA) x Kanoa Igarashi (JAP)

H11. Griffin Colapinto (EUA) x Mikey Wright (AUS)

H12. Gabriel Medina (BRA) x Connor O´Leary (AUS)

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