JET RESGATE JUNTA-SE NA PAPÔA Rui Oliveira quinta-feira, 27 fevereiro 2014 12:31

JET RESGATE JUNTA-SE NA PAPÔA

A SurfTotal esteve em Peniche e falou com os intervenientes


Por Rui Oliveira


Ainda na semana passada noticiámos uma surfada que irá ficar para a história, pela primeira vez em Portugal um jovem de apenas 15 anos se fazia ao mar puxado pelo jet-ski do seu pai e surfava ondas na ordem dos cinco metros na Papôa. Quisemos saber mais sobre este tipo de incursões e falámos com os seus intervenientes, os elementos da Jet Resgate. Afinal o núcleo do norte da Jet Resgate descia até a Peniche para surfar a já famosa onda da Baia da Papôa. Outra presença habitual nestas sessões foi o Presidente da Câmara Municipa de Peniche, António José Correia, que continua a apoiar todo o tipo de iniciativa desportiva do seu concelho.


Como surgiu a ideia de fazer tow-in na Papôa?

Ramon Laureano: Há muito que ando a catalogar as maiores ondas de Portugal onde Peniche ( Papoa )já estava debaixo de olho há muito tempo, um dia a vir da Galiza com o Antonio Silva, onde as condições não eram as melhores para surfar lá,resolvemos voltar para Portugal pois o vento aqui estava de sul e uma das nossas opções seria Papoa....


Como poderá ser esta onda importante para o desenvolvimento desta modalidade?
Ramon Laureano: No meu ponto de vista, é uma das melhores ondas de Portugal para surf de ondas grandes na remada, pela sua facilidade de acesso e perfeição do pico (Antonio Silva e Eric, chegaram a comparar com Maveriks). Nos dias extremos com vento fortes vai ser sempre uma das melhores escolhas para o Tow-in e treinos. Uma onda acessível a todos.


Quais foram os elementos deste treino?
Ramon Laureano: Neste treino, quis mostrar a todos da família Jet Resgate Portugal esta onda especialmente ao meus grandes amigos do Norte...Fiz um convite através da nossa página e todos que apareceram foram muito benvindos.


Temos visto que está em ‘sintonia’ como as autoridades de Peniche, queres falar desta relação e da sua importância para estes treinos?
Ramon Laureano: Com as exigências para a pratica de tow-in na nossa costa,vimo-nos na obrigação de elaborar um plano de segurança , com todo o apoio e disponibilidade por parte do Presidente da Camara de Peniche Tó-zé Correia que automaticamente disponibilizou todos os meios necessários e deixando encarregado o Comandante Operacional Municipal da defesa civil Zé tó  comandar toda esta operação, tirando assim todas as burocracias aos surfistas, criando uma harmonia, sintonia e amizade, entre as entidades e praticantes.


Quando é que começaste a fazer tow-in com o teu filho António?
Alessandro Rodrigues: A nossa primeira experiência juntos foi em 2010 numa sessão em Moledo onde o António, ainda com 12 anos e puxado pelo Ramon Laureano, surfou ondas de 3-4 mts. Já nesta altura ficou claro que ele gostava e tinha uma aptidão natural para este tipo de condições. Desde então temos feito um trabalho de preparação juntos que começou em 2011 quando ele tirou o curso de O.R.M.A. (Operador de Resgate com Mota de Água) ministrado pela Jet Resgate Portugal em que também participei na qualidade de instrutor, convidado pelo Ramon Laureano. Atualmente treinamos muito aqui no Norte para nos preparamos para os dias com este na Papoa, e o resultado tá a vista, as imagens falam por si. A nossa ambição é sermos a 1ª dupla de Tow-In Pai/Filho…espero estar a “altura” deste desafio!


Foi esta a maior onda surfada por ele?
Alessandro Rodrigues: Em Tow-In foi, com certeza, contudo já surfou ondas bem grandes “na remada” durante a nossa última viagem a Madeira, onde dropou umas bombas no Jardim do Mar, com as maiores ondas rondando os 3-4 mts.


Qual a sensação de puxares o António ara este tipo de onda?
Alessandro Rodrigues: Inexplicável por palavras. Ver o António largar o cabo e “atacar” ondas com esta dimensão aos 15 anos é uma inspiração para mim enquanto surfista e um orgulho como pai, pois sei o quanto ele treina para estes dias e quanto gosta destas condições. Fico feliz por poder participar destes momentos tão especiais nas nossas vidas. Uma nota final…sendo o tow-in o desporto de equipa, a formação de ambos os surfistas, é indispensável para que a sua prática possa ser feita em segurança e ambos possam tirar o máximo partido das sessões.


Qual foi a sensação de ter surfado na Papôa?
António Rodrigues: Foi uma sensação ótima, gostei imenso da experiencia.


Preferes desafios deste tipo ou surfadas mais tranquilas?
António Rodrigues: Acho que prefiro surfadas deste tipo, claro que gosto de uma surfada tranquila com amigos, mas a sensação de saber que vai haver ondas boas  e um bocado maiores é que me faz sair de casa ainda com mais vontade para surfar


Sabemos que praticas Juisitsu, esta modalidade ajuda-te a superar os teus limites?
António Rodrigues: Sim sem dúvida, acho que me ajuda não só a superar os meus limites como também a ser a pessoa que sou no geral.


Sr. Presidente quais é que são os objetivos da Câmara em relação à elevação de Peniche como spot de eleição para surf de ondas grandes?

António José Correia: Peniche tem um potencial que é reconhecido por muita gente, e gente com legitimidade, pelos diversos locais, diversos tipos de ondas. Com todas as questões de segurança, de relacionamento institucional com as autoridades, nomeadamente a autoridade marítima e bombeiros voluntários, devidamente salvaguardadas, queremos, com o apoio de quem reconhecidamente sabe da matéria, diversificar. Não num contexto de competir com ninguém, mas sim de agregação, complementaridade, porque cada sítio tem a sua especificidade. Podemos estar a falar de criação de condições, em dias como hoje, ao nível do tow in, para quem está numa fase de aprendizagem, aperfeiçoamento, de treino, poder ter aqui condições que se calhar noutros lados não terá.  Mas também para campeonatos de remada, que também é muito interessante. E Peniche tem aqui anfiteatros particularmente interessantes para descobrir, como a Papôa.

Fica com o vídeo deste dia na Papôa.

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