Paquistão – a nova fronteira do surf? terça-feira, 09 fevereiro 2021 12:09

Paquistão – a nova fronteira do surf?

Um país com boas ondas e surf pouco explorado...

 

O Paquistão é um país soberano do Sul da Ásia. Com uma população superior a 200 milhões de pessoas, é o quinto país mais populoso do mundo e, com uma área de 796.095 quilómetros quadrados, é a 35ª maior nação do planeta em área territorial.

O Paquistão tem um litoral com 1046 km de extensão ao longo do Mar da Arábia e do Golfo de Omã e embora ofereça boas ondas, o surf no país é praticamente inexistente.

 

O país continua a enfrentar problemas desafiantes, como superpopulação, terrorismo, pobreza, analfabetismo e corrupção política, o que não o torna num dos destinos de surf mais procurados.

 

 

 

 

 

O desafio de viajar até ao Paquistão

Segundo o portal das comunidades portuguesas, no site do ministério dos negócios estrangeiros, a situação do Paquistão melhorou muito face a anos anteriores. Contudo, tal não significa que a possibilidade de ataques terroristas não possa intensificar-se, tanto a nível de casos isolados, como em série. Nesse sentido, os portugueses que se desloquem ao Paquistão devem previamente fazer o registo da sua viagem através da aplicação Registo Viajante e observar as recomendações da Organização Mundial de Saúde, Ministério da Saúde de Portugal e do Ministério dos Negócios Estrangeiros, bem como obter informação prévia sobre condições de Segurança junto da Embaixada do Paquistão em Lisboa.

As deslocações fora dos centros urbanos deverão ser organizadas por uma agência de viagens que, nomeadamente, garanta todas as condições de segurança (escolta, eventualmente policial, etc.).

Existem zonas do Paquistão que se podem considerar especialmente perigosas, como as do «Khyber Pass», a Província do Baluquistão, ou as fronteiras com o Afeganistão/Irão/Índia, longe dos postos fronteiriços vigiados. Os viajantes terão inclusive de ter em atenção que, muitas vezes, as populações locais não compreendem Inglês. Mesmo nos centros urbanos, as deslocações deverão ser acompanhadas por locais, ou mesmo, vigiadas por Forças de Segurança, públicas ou privadas. 

É necessário visto para entrada no Paquistão e os voos internacionais com conexões à Europa são feitos através dos aeroportos internacionais de Islamabad, Karachi e Lahore.

 

 

Vista panorâmica de Islamabad, capital do Paquistão.

 

 

A Cultura

O Paquistão é um país de grande extensão geográfica, possuindo uma beleza natural que se mostra diversificada ao longo do seu território. A História do Paquistão registra um acumular de culturas desde tempos muito antigos, existindo, inclusive, restos de civilizações que se encontram entre as primeiras conhecidas no Mundo. Os paquistaneses são orgulhosos da sua cultura, monumentos, variedade de línguas, gastronomia (que, nalguns casos, se pode revelar extremamente picante), trajes regionais e tradicionais que mostram grande beleza num país conhecido pela qualidade dos seus tecidos, artesanato e folclore.

Sendo um país muçulmano, não é permitido o consumo de bebidas alcoólicas fora de residências privadas, e nos períodos do Ramadão ou feriados religiosos, deverá ser mantida discrição no consumo de alimentos, bebidas ou no fumar em locais públicos, bem como se deverá ter cuidado com comentários que possam ser interpretados como um insulto à religião, fortemente punidos pela lei.

No mesmo contexto, deverá ser mantido cuidado com o vestuário usado, com vista a não ferir sensibilidades.

 

 

 

Mesquita de Badshahi, Lahore, Paquistão.

 

 

O surf no Paquistão

Em junho de 2001, os surfistas Stuart Butler, Ben Clift, Dan Haylock e Anthony Colas exploraram a costa do deserto de Makran em busca de ondas para surfar na província de Baluchistão naquela que foi a primeira exploração de surf no Paquistão.

 

Makran é uma faixa costeira semidesértica no Baluchistão, no Paquistão e no Irão, ao longo da costa do Golfo de Omã.

A Costa do Makran é um dos locais mais inóspitos do mundo.

Ali a temperatura nunca é inferior a 30 graus e oscila em torno de 38 graus após o meio-dia.  A temperatura da água varia entre os 24 e os 30 graus e a precipitação anual é inferior a 15 mm.

 

 

A Costa do Makran é atravessada pela Makran Coastal Highway, uma estrada de 653 km construída em 2004 que se estende ao longo da costa do Mar Arábico do Paquistão.

 

 

A região de Baluchistão e a costa deserta do Mar Arábico oferecem várias oportunidades para descobrir novas ondas nas baías e nos promontórios desta costa deserta e escassamente habitada.

De Maio a Outubro a costa recebe swells gerados pelas monções vindas de sudoeste que trazem não só chuvas que aliviam o calor extremo como também boas ondas.

 

Os fundos de areia rasos e as ondas do litoral do Paquistão - de Sandspit, Hawke's Bay, French Beach e Abdul Rahman Goth, até a costa do Baluchistão, passando pela vila de Mubarak e Bhit Khorri, incluindo Gadani, Kund Malir, Ormara, Pasni e até Gwadar - oferecem bons surf spots para os poucos surfistas que ali se aventuram.

 

 

As direitas desertas do Paquistão. Foto Dan Haylock

 

 

Onde surfar

 

- Ganz é um beach break exposto que tem surf bastante consistente e oferece ondas para a direita e para a esquerda que funcionam melhor na maré alta.

 

- Pasao Kaur é um point break muito protegido que também oferece surf bastante consistente. O verão oferece as melhores condições para o surf e também funciona melhor na maré alta.

 

- Gwadar é um beach break exposto onde o vento predominante é offshore. O beach break oferece direitas e esquerdas e funciona melhor na maré alta.

 

- Ras Jaddi é um beach break exposto que tem ondas bastante consistentes que favorecem as esquerdas e que funciona melhor na maré alta.

 

- Mirages é um point break protegido que tem surf bastante consistente. O verão oferece as melhores condições para o surf e as suas ondas funcionam melhor com ventos offshore de noroeste e durante a maré alta.

 

Embora ofereça muitos surf spots por onde escolher, o surf no Paquistão é praticamente inexistente e a maior parte dos paquistaneses nem sabe nadar, o que se traduz em praias sem crowd, no entanto quem aqui surfa tem de ter atenção aos tubarões e às cobras marinhas.

 

Como acontece com todos os desportos no país, o surf também precisa do patrocínio do governo. Neste momento, ultrapassado um período de especial violência, o país pretende reaparecer como destino turístico, nomeadamente o turismo marítimo, o que passa por criar centros de desportos aquáticos, incluindo instalações para o surf, formar uma federação de surf, abrir escolas de surf, patrocinar e popularizar surfistas e promover o desporto dando-lhe cobertura nos meios de comunicação social.

Todos esses pequenos passos podem criar uma comunidade de pelo menos 500 surfistas obstinados em três a quatro anos e colocar o Paquistão no mapa do surf. 

 

 

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