Como os surfistas usam as pranchas de surf para passar diversas mensagens quarta-feira, 14 abril 2021 11:17

Como os surfistas usam as pranchas de surf para passar diversas mensagens

E alertar consciências...

A prancha de surf é a principal ferramenta para um surfista. A escolha de uma prancha adequada ao nível de surf de cada surfista e às condições do mar é essencial, seja qual for o seu nível, para garantir uma maior performance e desfrutar ao máximo de cada sessão.

É normal os surfistas apegarem-se às suas pranchas e vê-las como um veículo que lhes permite viver momentos de puro êxtase, mas as pranchas também têm vindo a mostrar ser um veículo de expressão que vários surfistas usam para passar diversas mensagens e inclusive os seus valores.

 

A pintura de uma prancha pode dizer muito sobre um surfista. Uma prancha branca é para muitos uma tela em branco onde se podem expressar, alertar consciências sobre os mais diversos temas e até influenciar quem os vê.

É assim que a bi-campeã mundial Tyler Wright vê as suas pranchas e prova disso foi a mensagem que mostrou ao mundo em setembro de 2020 ao ajoelhar-se na areia com a sua prancha antes do seu heat no Tweed Coast Pro. A surfista fez questão de mostrar o seu apoio contra o racismo escrevendo na sua prancha a frase “Black Lives Matter” em solidariedade ao movimento ativista internacional, com origem na comunidade afro-americana, que campanha contra a violência direcionada às pessoas negras.

 

“Antes de ser atleta, sou um ser humano”, escreveu Tyler Wright em setembro de 2020 na sua página de Instagram. “Então, hoje, antes do meu heat no Tweed Coast Pro, vou-me ajoelhar em solidariedade ao Black Lives Matter. Estes são tempos de divisão e estou muito longe de ser perfeita, mas acredito profundamente na busca por justiça racial e igualdade para todos. Eu entendo que o meu privilégio branco e ter esta plataforma com a comunidade do surf significa que eu tenho a escolha de dizer algo e fazer algo ... e que muitos não têm essa oportunidade. Preciso dizer mais e fazer mais e estou comprometida em desafiar e mudar os sistemas que continuam a discriminar e oprimir pessoas de diferentes origens.”

 

 

 

 

O atleta do CT, Julian Wilson também usou as suas pranchas de surf para alertar para uma doença  que lhe toca muito– o cancro de mama.

“A minha mãe teve duas rondas disso (cancro de mama) ao longo da minha vida e é algo que me toca muito e que posso transformar em algo positivo e retribuir um pouco.”

Inspirado pela luta bem-sucedida da sua mãe contra a doença, o surfista criou a campanha #KeepItSqueezy que arrecadou vários milhares de dólares para a consciencialização, organizações e pesquisas sobre o cancro de mama.

 

O surfista tinha como propósito espalhar a palavra para mulheres mais jovens - de 18 a 30 anos em particular - para não se arriscarem e certificarem-se de fazer o exame de rastreio do cancro da mama regularmente.

Ao longo dos anos o surfista mostrou várias pinturas cor de rosa nas suas pranchas em etapas do tour e em 2017 leiloou pranchas de surf rosa choque assinadas por surfistas como Kelly Slater, Mick Fanning e Joel Parkinson que mostraram assim o seu apoio.

 

 

 

 

O surfista português Miguel Blanco é outro dos surfistas que compreende o poder das pranchas de surf como uma forma de passar uma mensagem.

O surfista tem vindo a mostrar várias pinturas nas suas pranchas, mas as mais impactantes foram as 4 pinturas onde alertou para 4 temas ambientais centrais que ameaçam cada dia os nossos oceanos: o aquecimento global; a acumulação de lixo no mar, nomeadamente plástico; a pesca excessiva; e a poluição por derrames de petróleo.

“Promover a sustentabilidade e aumentar a consciência sempre foi o meu objectivo. Feliz por fazê-lo através do surf e da arte.”- escreveu o surfista na sua página de instagram.

 

 

 

 

Para além de um excelente surfista, o ex-campeão nacional é um dos grandes exemplos quando falamos de meio ambiente e sustentabilidade tendo já feito muitas ações de caráter ambiental, pelo que esta iniciativa em parceria com uma artista portuguesa só mostra o quanto as pranchas de surf são cada vez mais uma ferramenta que permite aos surfistas expressarem-se de uma forma não verbal.

 

 

 

 

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