2013: O ANO DO SURF GLOBAL ASP terça-feira, 31 dezembro 2013 12:18

2013: O ANO DO SURF GLOBAL

Momentos marcantes do surf internacional em 2013

Por Ivo Gonçalves e Patrícia Tadeia 


O ano que agora finda foi dos mais marcantes de sempre para o surf. Não só pela vertente desportiva, mas essencialmente pela globalização do fenómeno e pelo crescimento da indústria. A SurfTotal deixa-te com alguns dos melhores momentos de um ano que deixa água na boca para 2014.

MICK FANNING TRICAMPEÃO MUNDIAL

A disputa foi acesa e durou até ao último dia do tour. Fiel à sua imagem de atleta consistente, focado e sempre com uma estratégia bem definida, Fanno conseguiu ser o mais regular durante o ano de 2013. Em Pipeline todas essas características ficaram bem vincadas, com Mick a fazer exatamente o que precisava, quando precisou. Para a memória ficam as notas arrancadas a ferro nos últimos segundos dos heats com C.J. Hobgood e Yadin Nicol, bem como o polémico heat em que foi acusado de interferir na onda de John John Florence, de forma a evitar novo confronto com o 'wonder kid' havaiano nos quartos de final. A verdade é que tudo resultou e Fanning terminou à frente de Slater com uma margem mínima que lhe valeu o terceiro título mundial e um lugar no Olimpo do surf.

 

A MAIOR AUDIÊNCIA DE SEMPRE PARA DESPORTOS RADICAIS

O surf ganhou, em definitivo um lugar entre os maiores, no que à massificação do desporto diz respeito. Prova inequívoca disso foram os recordes batidos no Vans Triple Crown, no Havai. Contabilizaram-se 3,9 milhões de streams de webcast em mais de 70 países. Só no último dia do Billabong Pipe Masters um milhão de pessoas esteve a seguir o webcast. A crescente qualidade dos meios técnicos ao serviço das transmissões contribuiu claramente para este crescimento, com as 'super slow motions', vistas aéreas e efeitos de alta definição a garantirem uma qualidade extra que seduz cada vez mais adeptos para a modalidade.



NAZARÉ: CAPITAL MUNDIAL DAS ONDAS GRANDES

À semelhança do ano anterior, a Praia do Norte, na Nazaré, andou nas televisões de todo o mundo. Garrett McNamara voltou a colocar os holofotes do surf mundial em Portugal, e trouxe companhia: Carlos Bule, que alguns defendem ter apanhado a maior onda de sempre, e Maya Gabeira. A brasileira tornou-se numa das grandes notícias do ano, ao ser apanhada pelo canhão da Nazaré, numa onda que quase lhe custou a vida.



OS VETERANOS NÃO ABDICAM

Numa época em que muitos esperavam o aparecimento de novos candidatos ao título, cedo se percebeu que os suspeitos do costume não estavam na disposição de largar o trono. Kelly Slater, Mick Fanning e Joel Parkinson mostraram que ainda estão para durar, e que os mais novos vão continuar a ter competição feroz em 2014. Os três atletas dominaram o ranking do WCT, ainda que na fase final a decisão ficasse para Slater e Fanning. Em 2014 cabe a John John, Jordy Smith, Gabriel Medina e Julian Wilson tentar contrariar esta tendência.


CARISSA MOORE BRILHA E VENCE EM TERRAS LUSAS

A jovem havaiana alcançou este ano o seu segundo título mundial, e fê-lo em Portugal, onde decorreu a última etapa do Womens World Tour, no Guincho. Depois de uma temporada impressionante, e de uma luta renhida pelo primeiro lugar com a norte-americana Tyler Wright e a australiana Sally Fitzgibbons, foi por cá que Carissa Moore ergueu o prémio de campeã mundial. Além de assegurar o título no EDP Cascais Girls Pro, a havaiana venceu também aquela que era a última prova do circuito mundial feminino. Carissa Moore voltou assim a vencer em Portugal, recordado a a última vitória na etapa do World Tour feminino, em 2010, em Peniche.

 


TUBARÕES FORAM NOTÍCIA

Infelizmente, várias foram as notícias sobre ataques de tubarões na Austrália nos últimos tempos. Em Gracetown por exemplo contam-se já três vítimas mortais nos últimos 10 anos. Os casos mais recentes aconteceram em novembro, com a morte de um surfista perto de Margaret River e de um jovem bodyboarder de 18 anos em Campbell’s Beach, em Nova Gales do Sul. Ainda este ano, as autoridades proibiram o surf durante alguns meses na Ilha Reunião. Em causa estiveram os inúmeros ataques de tubarões que aconteceram na região nos últimos tempos. Ainda recentemente, investigadores australianos criaram uma forma de detectar a aproximação de tubarões, anexarando chips a mais de 320 animais. Os chips transmitem automaticamente a localização, o seu tamanho e descrição, e caso estejam perto da praia, é emitido um alerta, que é enviado para o twiter da Surf Life Saving Western Australia's (SLSWA) e assim chega a surfistas e banhistas.

 


MUNDO DO SURF CHORA MORTE DE BUTTONS KALUHIOKALANI

Montgomery Ernest Thomas Kaluhiokalani, também conhecido simplesmente por "Buttons", faleceu este ano, aos 54 anos, vítima de cancro num pulmão, como podes ler aqui. Kaluhiokalani deixou um legado enorme, ficando conhecido pela forma inovadora como abordou a modalidade na década de 70. A lenda havaiana foi também descrita por Kelly Slater, na autobiografia "For the love", como uma das grandes influências da sua juventude, a par de Tom Curren.

 


ONDA DE SOLIDARIEDADE MOVE SURFISTAS

Foram dezenas os surfistas que se uniram numa cadeia de apoio aos sobreviventes do tufão que afetou as Filipinas em novembro, causando cerca de 10.000 mortos. Face aos destroços da passagem do tufão Haiyan, localmente conhecido como "Yolanda", começou a circular nas redes sociais, neste caso no Instagram, uma campanha da marca People Water. Nesta campanha, por cada partilha a empresa doava 1 dólar para levar água potável à população local. Muitos surfistas do WT, e não só, aderiram em massa: Gabriel Medina, Julian Wilson, Alana Blanchard, Laura Enever, Alain Riou, Bebe Durbidge, Aritz Aranburu, Jesse Mendes, John John Florence, e Mick Fanning. Também os portugueses Vasco Ribeiro, Miguel Mouzinho, João Kopke, António Silva e Nicolau von Rupp aderiram à iniciativa. Recorda o tema aqui.

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