Foto: thesalted.org Foto: thesalted.org sexta-feira, 22 maio 2020 16:20

SURFISTA DE 29 ANOS REESCREVE AS REGRAS PARA A PRÓXIMA GERAÇÃO NA ÍNDIA

Um país onde o surf não é popular...

Ishita Malaviya, a primeira surfista profissional da Índia, foi mencionada na prestigiada lista Forbes “30 Under 30 Asia”, que apresenta jovens empreendedores, líderes e agentes de mudança na Ásia, todos com menos de 30 anos, que estão a desafiar a sabedoria convencional e a reescrever as regras para a próxima geração.

A atleta de 29 anos participou em várias competições internacionais de surf nos Estados Unidos, Austrália e Ásia, mas, segundo o jornal Tamil Murasu, o seu objetivo não é ganhar medalhas e elogios.

Na verdade, ela evita surfistas ultra-competitivos em favor daqueles que simplesmente querem aproveitar as ondas e promover um estilo de vida saudável.

A sua missão é integrar comunidades através do desporto e aumentar a igualdade de género na participação desportiva. Com esse intuito, a surfista criou o Shaka Surf Club e Camp Namaloha, na costa de Karnataka, que fez parceria com a Australian Life Saving Society e a Rashtriya Life Saving Society, bem como como escolas do governo local para criar o 'Programa Nippers', que treina crianças para se tornarem salva-vidas juniores.

 

 

A surfista e o seu companheiro estabeleceram o Shaka Surf Club na costa de Karnataka.  Foto: huckmag

 

 

"Quando começámos, as pessoas pensavam que tínhamos perdido a cabeça, tornámo-nos vagabundos na praia e estávamos a desperdiçar o nosso tempo", disse Ishita, que tomou conhecimento da cena do surf na Índia em 2007, quando ela e o namorado estavam a estudar na Universidade de Manipal.

Desde 2011, a dupla tenta incentivar os pescadores e os seus filhos na vila de Kodi Bengre, nas margens do Mar da Arábia, a praticar surf.

"O oceano era apenas uma fonte de rendimento para eles; eu queria torná-lo uma fonte de alegria", disse Ishita.

Além do surf, o Shaka Surf Club ensina as crianças a dançar, yoga, skate e até executa um programa de limpeza de praias.

 

 

A surfista vê no surf uma forma de superar as divisão de classe no seu país.     Foto: huckmag

 

 

Mas Ishita também tinha barreiras pessoais para romper.

Culturalmente, os pais indianos priorizam a educação acima do desporto. A sua decisão de surfar em período integral foi inicialmente contestada pelos membros da sua família.

No entanto, depois de testemunharem quanta felicidade o desporto deu à filha, os seus pais cederam ao ponto em que ela até ensinou a sua mãe a surfar a sua primeira onda.

Ishita afirma que apesar de todas as dificuldades que teve que superar as ondas fizeram tudo valer a pena e é esse sentimento empoderador que a surfista tira do oceano que tem como missão espalhar.

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