A capacidade do surf em ajudar pessoas a ultrapassar barreiras e melhorar a sua qualidade de vida tem vindo a ser provada em vários contextos terapêuticos, desde pessoas que sofrem de stress emocional e psicológico agudo a jovens em risco de exclusão social relacionados à etnia e pobreza, mas não só.

Nick Hounsfield, fundador do The Wave (piscina de ondas em Bristol), sofreu um AVC em Fevereiro e tem usado o surf como terapia e forma de reabilitação.

Ao estar sozinho dentro de água, Nick percebeu que a conexão entre o seu cérebro e a sua saúde foi uma parte importante da sua reabilitação e de como conseguiu recuperar o seu discurso tão rapidamente.

Para Nick, surfar é mais do que um desporto, uma cultura ou um estilo de vida, é o seu remédio, o seu botão de reset, aquilo que faz para redescobrir a sua melhor versão.

Foi também através do surf que Charlotte Banfield descobriu a sua melhor versão.

Charlotte tem paralisia cerebral, autismo e sofre de ansiedade.

Após fazer uma sessão de terapia de surf como parte do “Wave Project”, um projeto que usa o surf para ajudar jovens a melhorar o seu bem-estar emocional e físico, a sua vida mudou radicalmente.

Há 10 anos atrás a jovem de 22 anos tinha fobia à água, mas o surf ajudou-a a ultrapassar os seus medos e ansiedade e é agora uma incrível surfista tendo já arrecadado vários prémios em competições de surf adaptado, como uma medalha de prata no Campeonato Mundial de Surf adaptado em 2017 e uma medalha de bronze em 2019 no Campeonato de Surf Adaptado da Access Surf.

“Quando entrei (na água) estava muito frágil, com muito medo, mas assim que coloquei os pés na água senti-me bem e pude ser eu mesma”, disse Charlotte numa entrevista ao recordar a sua primeira experiência de surf.

Nick Hounsfield e Charlotte Banfield são dois exemplos inspiradores que nos mostram o poder transformador do surf e o impacto dos seus benefícios para a saúde mental e o bem-estar.