A prática do foil torna-se cada vez mais popular, e, com isso, crescem também as preocupações no que toca à segurança da modalidade. Randwick e Waverley, dois subúrbios de Sydney, na Austrália, estão a ponderar a proibição permanente da prática por esse mesmo motivo. Estes dois subúrbios abrigam algumas das praias mais famosas de Sydney, como Clovelly, Coogee, Maroubra, Bronte, Bondi e Tamarama.

Andrew Crawford, dono da H2O Foils, empresa que vende pranchas foil e dá aulas da modalidade, admite que as preocupações são legítimas. "Há o perigo de as pranchas e as quilhas terem contacto com a cabeça de alguém. Por haver um mastro maior, que é como uma faca na água (...) se acertar numa pessoa pode causar estragos grandes. Dessa perspectiva, entendo a preocupação". Crawford afirma, contudo, que se for bem regulado e se os praticantes tiverem o preparo necessário, o desporto pode ser praticado em segurança nas praias. "Está nas mãos de quem conduz, como um carro na estrada". 

Restrições à modalidade existem desde 2018

Um representante de Waverley afirmou que não houve para já registos de incidentes ligados à prática do foil nas praias do subúrbio, devido ao pequeno número de praticantes e à pro-actividade dos salva-vidas. Contudo, a segurança pública não deixa de ser a principal preocupação. Em Randwick, as autoridades competentes estão a recolher informação necessária e devem apresentar um relatório no próximo mês. 

O debate em torno da prática do foil não é novo, e outros lugares do mundo já implementaram restrições. A primeira proibição foi em Anglet, na França, em 2018. Em 2020, um acidente em Ubatuba (Brasil) levou a que a modalidade fosse banida na cidade.

Tendo em conta os riscos óbvios desta prática e no interesse de assegurar a segurança de quem frequenta as praias, importa ponderar sobre a regularização da prática do foil nas praias portuguesas.