Griffin Colapinto Griffin Colapinto foto: Surftotal segunda-feira, 07 março 2022 11:18

Griffin Colapinto e Tatiana Weston-Webb vencem o MEO Pro Portugal

 Kanoa Igarashi e Brisa Hennessy são os actuais líderes do ranking.

 

 

Terminou hoje o MEO Pro Portugal, a 3ª etapa do CT, em Peniche. As mulheres entraram cedo na água para o primeiro heat das meias-finais, disputado entre Stephanie Gilmore e Lakey Peterson. Depois de um 5º dia de notas altíssimas, as atletas não encontraram oportunidades para o mesmo tipo de performance, num mar consideravelmente menor do que o dia anterior. Lakey Peterson começou com mais dificuldade em encontrar-se com o mar, enquanto Gilmore teve um início mais forte, com as suas duas primeiras ondas a serem as melhores pontuadas (um 5.50 e um 6.50, em 10 possíveis). Contudo, quando Peterson encontrou as ondas de que precisava, consgeguiu ser ligeriamente melhor do que a sua adversária, com uma onda de 5.57 pontos e outra de 6.77. Assim, com 34 décimas de distância de Gilmore, Lakey avançou para a as finais.

No segundo heat, Carissa Moore e Tatiana Weston-Webb lutaram pelo lugar na final. Carissa precisava de avançar para conseguir assumir a liderança do ranking, mas a sorte não estava do seu lado. Moore fez uma onda de 5 pontos e outra de 5.17 pontos, somando um total de 10.17 pontos (em 20 possíveis), enquanto Tati conseguiu um total de 10.76. Mais um a vez, poucas décimas separaram as atletas, mas foi a surfista brasileira que avançou.

Seguiram-se as meias-finais masculinas, com o primeiro heat a ser disputado entre Italo Ferreira e Filipe Toledo. Italo começou mais forte, com a sua segunda onda do heat a valer 8.83 pontos, enquanto Filipe começou com algumas notas baixas. Contudo, não foi um mar de rosas para Italo, que partiu a sua prancha a aterrar um aéreo, e acabou por perder algum tempo na troca por uma nova. Entretanto, Toledo fez uma onda de 6.17 e outra de 7.50. Italo não conseguiu encontrar uma segunda onda para reforçar o seu score, e acabou por ficar para trás.

O segundo heat, entre John John Florence e Griffin Colapinto, foi um heat atribulado, em que os dois surfistas tentaram manobras críticas que impressionassem os juízes, mas os “Finals Day nerves” puseram-se no caminho, o que resultou em algumas quedas. A aproximar-se do final do heat, Griffin recompôs-se e conseguiu uma onda de 6.83. Com renovada confiança, juntou a isso uma segunda onda de 6.93, e John John não conseguiu responder. Colapinto avançou então para a final.

 

 

 

Tati Weston-Webb recupera do seu início de temporada

 

A final feminina foi disputada entre Tatiana Weston-Webb e Lakey Peterson. As duas atletas entraram no heat com muito em jogo: Tati, que até então estava na 14ª posição do ranking, precisava de se sair bem em Supertubos para recuperar do seu início de temporada no Havai, que não correu bem para o seu lado. Para Peterson, a vitória em Peniche significaria assumir a liderança do ranking e partir para a Austrália com a lycra amarela.

Tati foi a primeira a impressionar, com uma onda de 7.33. Mas quando Lakey Peterson colocou as suas cartas na mesa, com um a onda de 7.10, a disputa foi acirrada, com as duas atletas a mostrar com clareza que queriam aquele primeiro lugar. Lakey Peterson fez um 7.17 para reforçar o seu score, mas cometeu o erro de deixar Tatiana Weston-Webb ir numa onda, para apanhar a próxima. Foi aí que a surfista brasileira conseguiu os seus 8 pontos, o que dificultou a vida de Peterson. As duas atletas continuaram a apanhar ondas depois disso, mas a situação não voltou a mudar, e Tatiana Weston-Webb tornou-se a vencedora do MEO Pro Portugal.

Tatiana foi levada pela praia pela multidão que a apoiava,  e quando chegou à entrevista pós-heat desabafou sobre a importância que esta vitória teve para si: “Tive um início de ano muito mau, em etapas que achava que iam correr bem”. Agora, com este primeiro lugar, sente uma confiança renovada. “A natureza da competição é continuares a acreditar em ti, aconteça o que aconteça”.

 

 

Tatiana Weston-Webb. Foto: Surftotal

 

 

Griffin Colapinto consegue a maior vitória da sua carreira

 

Quando Colapinto saiu das suas meias-finais, comentou que, apesar de as condições não serem consideradas as ideais, não lhe fazia confusão: “Fico feliz que tenham decidido continuar a competição hoje, e sei que o Filipe Toledo também é bom nestas condições”.

Colapinto foi determinado para o mar, na esperança de conseguir a melhor vitória da sua carreira até hoje. Já Filipe Toledo, que venceu em Peniche em 2015, estava à procura de repetir o feito. Griffin surfou a primeira onda, com um aéreo modesto mas bem executado. Depois disso, os motores foram aquecendo, o surf foi ficando mais potente e as notas foram ficando mais altas.

A disputa foi acirradíssima, e para confirmar esse facto basta olhar para os scores totais: 14.34 contra 14.20 pontos. Colapinto fez as suas duas melhores ondas uma a seguir à outra, um 7.67 e um 6.67. Já Toledo fez o seu 6.67 no início do heat, conseguindo a liderança durante algum tempo, e mais perto do fim fez um 7.53. Mas só pode haver um vencedor, e a alguns segundos do final, sem ondas a entrar, Filipe percebeu que desta vez não seria ele, e parabenizou o surfista californiano mesmo antes do som da buzina.

Griffin saiu da água com o seu típico espirto jovem e alegre, e ainda tentou fazer o pino a caminho da praia. Na areia, foi recebido de braços abertos por Kolohe Andino. Kolohe e Griffin são muito bons amigos, e, nos quartos-de-final, Griffin derrotou-o no heat em que fez a sua onda de 10 pontos.

 

 

 

 

 

Na entrevista pós-heat, acabado de sair da água, o atleta ainda não tinha tido tempo de processar o que acabava de acontecer: “Ganhar não é a sensação que eu achava que ia ser, estou num estado de calma”. Falou também sobre o seu início de temporada, que não foi como esperava, e sobre o alívio que esta vitória lhe trouxe: “Tudo o que tenho feito compensou”. Terminou com palavras sábias: “A minha parte preferida deste desporto é que nos faz crescer enquanto pessoas, quer ganhemos ou percamos, aprendemos sempre.”

Um pouco mais tarde, ao receber o troféu, agradeceu o apoio incondicional da família, e contou uma história engraçada sobre os pais: “O meu pai passava horas comigo na praia, e a minha mãe dava-me dicas de técnica quando ela nem sequer faz surf, era complicado ouvir, era do tipo, ‘vá lá, mãe!’. Mas às vezes ela acertava em cheio”. Acrescentou umas palavras de agradecimento ao público português: “A todos vocês em Portugal, adoro-vos, vocês são os melhores fãs de sempre.” Tatiana, com a voz apertada de emoção, disse o mesmo: “Vocês são ótimos! Portugal é um dos meus lugares favoritos.”

 

 

Kanoa Igarashi é líder do ranking, Brisa Hennessy agarra-se à lycra amarela

 

Faltam duas etapas para o mid-season cut, e são as duas na Austrália: Bells Beach de 10 a 20 de Abril, e Margaret River de 24 de Abril a 4 de Maio. Ao final dessas etapas, apenas os 24 primeiros homens e 12 primeiras mulheres do ranking poderão seguir para a segunda metade da temporada.

Passada a etapa de Peniche, Kanoa Igarashi assume a liderança do ranking, destronando Barron Mamiya, que passou para segundo, empatado com Kelly Slater. Filipe Toledo está em quarto, e Seth Moniz em quinto. Griffin, depois da vitória, subiu 20 posições e está agora em sétimo lugar, à frente de John John Florence, que está em oitavo. Quanto a Frederico Morais, o seu resultado nesta 3ª etapa fez com que subisse 4 posições e o português está agora 23º lugar, empatado com Leo Fioravanti, João Chianca e Jackson Baker. Está uma posição abaixo do cut.

Na categoria feminina, Brisa Hennessy conseguiu agarrar-se à lycra amarela, e agora Lakey Peterson Carissa Moore partilham o segundo lugar. A vitória de Tatiana Weston-Webb fê-la subir 10 posições, e a brasileira está agora em quarto lugar, à frente de Malia Manuel, em quinto. Dentro do cut estão duas rookies, India Robinson (oitavo) e Gabriela Bryan (nono), e ainda Moana Jones Wong, a wildcard de Pipeline e Sunset Beach (décimo), que só poderá defender essa posição se receber um wildcard para a Austrália. 

 

Griffin Colapinto levado nos ombros de Kolohe Andino

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