A regra do "seeding reward" era uma regra do CT que recompensava os surfistas vencendores da primeira ronda, alterando a sua posição do seeding e evitando confrontos precoces com os líderes do ranking. Para 2022, essa regra foi abolida, em decisão tomada entre a WSL, a WPS (World Professional Surfers) e atletas, pela mesma altura em que ficou decidida a introdução do mid-season cut. 

Ambas as alterações têm sido alvo de debate nos últimos tempos, e a situação de João Chianca coloca-o bem no centro desse debate. Por causa da abolição do seeding reward, o atleta brasileiro cruzou-se duas vezes com John John Florence ao longo das cinco etapas da primeira metade do CT 2022 - uma vez em Pipeline, e outra em Bells Beach. Das duas vezes foi eliminado, e juntando a isso as suas prestações nas restantes etapas, ficou de fora do cut e saiu do CT, apesar de ser considerado por muitos um dos surfistas mais surpreendentes do Tour este ano. 

O caso de Chianca serve como argumento para explicar como a abolição da regra é prejudicial para os surfistas, que, estando mais atrás do ranking, ficam com menos hipóteses de melhorar a sua situação pois têm de confrontar quem está na liderança. É também prejudicial para o Tour de uma forma geral, que corre o risco de ver confrontos repetidos de evento em evento. 

WSL quer recuperar o seeding reward para 2023

A WSL adiantou à Waves que está a trabalhar para que a medida seja revertida em 2023, e que o seeding reward volte a ser aplicado. Por mensagem à Waves, explicou: "A regra do seeding reward incentiva a performance, premia a vitória e elimina a mesmice". A WPS informou que foi contra a eliminação da regra, mas cumpriu a função de representar a vontade dos atletas. Note-se que estas decisões foram tomadas antes do princípio da temporada de 2022, pelo que atletas como João Chianca e os restantes rookies não estiveram envolvidos no processo.