É hora de dar atenção a Jeffreys Bay e ao free surf na agora primavera Sul Africana
Os últimos dias de Outubro na icónica onda Sul Africana...
Jeffreys Bay (ou Jeffreysbaai em Afrikaans), ou simplesmente J-Bay, fica na província oriental do Cabo, na África do Sul. A cidade fica perto da autoestrada N2, junto à costa, a cerca de 1 hora de distância de Port Elizabeth. É um dos mais famosos destinos de surf no mundo, tendo figurado em muitas revistas e filmes como, por exemplo, o icónico Endless Summer.
O nome do local advém de um dos sócios maioritário da firma Jeffrey & Glendinnings que abriu uma loja no local em 1849. Crê-se que Jeffrey, que era Capitão de um navio de carga, foi a primeira pessoa a estabelecer-se na zona, depois de ter sido forçado a desembarcar no local. Uma vez em terra reconheceu o potencial do lugar e acabou por construir um primitivo porto de abrigo para embarcações, local atual da Main Beach. Alguns anos mais tarde, por lá acabou por construir casa, a primeira na baía, e viver com a respetiva família. A casa ficou conhecida com "The White House”.
Foi surfada, pela primeira vez, em 1964, mas só a partir de 1981 começou a receber provas do circuito mundial de surf. Shaun Tomson, uma das lendas locais, venceu a edição inaugural, mas a ele seguiram-se outros grandes nomes do surf, como Mark Occhilupo, que venceu em 1984 com apenas 18 anos; Kelly Slater, Joel Parkinson, Mick Fanning, Jordy Smith e Filipe Toledo.
A Baía de Jeffreys, que mistura as correntes quentes provenientes do Oceano Índico com as correntes não tão menos quentes do Atlântico, cria condições muito peculiares e especiais, apresentando por isso várias opções para o surf. Este que é tido como o mais longo e perfeito point-break de direita do planeta, consiste em nada mais nada menos do que 10 diferentes secções: Kitchen Windows, Magnatubes, Boneyards, Supertubes, Impossibles, Salad Bowls, Coins, Tubes, The Point e finalmente Albatross.
O fundo rochoso da baía segura a areia uniformemente criando uma batimetria perfeita de ondas de 1km de extensão, entre Boneyards e The Point quando o swell apresenta o tamanho e a direção perfeitas. De todos as secções, Supertubes é a principal e a mais importante, a estrela da baía. Aliás, é precisamente em Supertubes que se celebra a prova do World Tour - que este ano tem lugar entre 09 e 22 de julho e onde o crowd se concentra.
Já The Point e Albatross são secções da onda mais lentas e manobráveis que captam a atenção de surfistas de nível médio e/ou longboarders. Manter a velocidade e uma linha alta é essencial para conseguir ligar as várias secções.
Ventos dos quadrantes SW-W são offshore em praticamente todas as secções e ajudam a criar perfeição, enquanto ventos de NW-NE não são muito aconselhados. As correntes também podem ser fortíssimas e colocar um surfista em The Point num ápice. Uso de botinhas é aconselhado (temperatura da água entre 14 e os 19 graus), tal como um fato bem grossinho.
Apesar dos meses de maio a agosto serem os mais consistentes e os que registam as maiores ondulações na região, este vídeo abaixo mostra bem que o mês primaveril de Outubro naquela onda é já garantia de bom surf e agua menos fria.