A que sabe o triunfo de se ser pioneiro? E quanto pesa esse triunfo? Quais são os perigos de fugir à norma, de ignorar quem nos desaconselha, desencoraja, quem nos provoca medo e nos subestima? 

A tudo isso pode responder Siska Tasiripoula, a primeira mulher surfista das Mentawai. O surf, que historicamente pertence aos homens, tem pouco a pouco se transformado num espaço mais democrático e igualitário, e a luta das mulheres para serem reconhecidas neste meio começa agora a dar frutos. Mas o caminho ainda é longo, e há estradas mais esburacadas do que outras - que o diga Siska. 

Começou a surfar com 11 anos, nas ondas de Toloulaggo, o seu paraíso escondido. Depois de meses a insistir, o irmão finalmente lhe deu uma prancha - danificada, sem quilhas, sem wax, mas mais do que suficiente para que Siska começasse a trilhar essa estrada sinuosa na qual ainda caminha, levando, talvez sem saber, muitas outras mulheres atrás.