Dois meses após a trágica morte de uma surfista no rio Eisbach, em Munique, o caso ganha novos contornos com o avanço de um processo judicial por parte do namorado da vítima. A acusação aponta para lesões corporais negligentes, alegando falta de segurança no leito do rio, nomeadamente a presença de objetos não sinalizados que poderão ter provocado o enredamento do leash da prancha.

A tragédia, que ocorreu durante uma sessão noturna, envolveu a jovem surfista que ficou presa debaixo de água durante cerca de 30 minutos, após o seu leash prender-se a um objeto submerso. Apesar dos esforços desesperados dos amigos e de uma equipa especializada de resgate, a vítima acabaria por falecer uma semana depois, em cuidados intensivos.

As autoridades de Munique encerraram de imediato o local, interditando a prática de surf “até nova ordem”. Quem infringir a proibição poderá ser multado até 50 mil euros, segundo um decreto emitido pelo Departamento de Proteção Climática e Ambiental da cidade.

A investigação, conduzida pelo Ministério Público de Munique I, envolveu a redução do nível das águas no dia 30 de abril, permitindo a inspeção detalhada do leito do rio. Apesar de não terem sido encontrados grandes obstáculos (como trotinetes ou carrinhos de compras), foram recolhidos vários objetos metálicos de pequenas dimensões que estão agora sob análise.

 

A comunidade surfista local teme que a emblemática onda urbana – legalizada em 2010 e reconhecida internacionalmente – possa enfrentar restrições permanentes. A pressão aumenta, tanto pela dor da perda, como pela exigência de maior segurança e responsabilidade por parte das autoridades locais.