Chile aprova Lei de Proteção das Ondas — um marco histórico para o surf e o ambiente
Medida reconhece as ondas como bens nacionais de uso público e visa garantir a preservação do património natural e desportivo do país.
O Congresso chileno aprovou a Lei de Proteção das Ondas, uma iniciativa pioneira que reconhece as ondas destinadas ao surf e a outros desportos de ondas como bens nacionais de uso público. Falta agora apenas a promulgação presidencial para que a medida entre oficialmente em vigor.
A nova legislação estabelece a identificação, o registo e a conservação das ondas com valor desportivo, ambiental e económico. Além disso, impõe que todas as obras costeiras — incluindo portos, quebra-mares e empreendimentos privados — sejam avaliadas de forma a garantir que não alterem a morfologia nem o comportamento natural das ondas.
Com mais de 4.300 quilómetros de litoral, o Chile é reconhecido mundialmente pela qualidade e consistência das suas ondas, que sustentam comunidades locais e alimentam o turismo desportivo em regiões icónicas como Arica, Pichilemu, Iquique e Buchupureo.
Durante a votação, diversos senadores sublinharam que a nova lei representa um passo decisivo rumo a um modelo de desenvolvimento costeiro sustentável, onde desporto, cultura e meio ambiente coexistem em harmonia.
“As ondas são estádios naturais e património vivo do Chile. Preservá-las é assegurar o futuro das nossas costas e dos seus habitantes”, destacaram parlamentares durante a sessão.
Com esta aprovação, o Chile junta-se a países como o Peru, referência mundial na proteção legal das ondas, e posiciona-se como líder regional na defesa dos ecossistemas marinhos com elevado valor cultural, ambiental e desportivo.





