Gony Zubizarreta Foto: Jorge Matreno / ANSurfistas Gony Zubizarreta Foto: Jorge Matreno / ANSurfistas sexta-feira, 03 janeiro 2020 16:50

ESTUDO FEITO DURANTE A LIGA MEO SURF MOSTRA A IMPORTÂNCIA DA REMADA NO SURF

fornecendo informações valiosas para os treinadores...

A Revista da Associação Médica Brasileira lançou um estudo que mostra a avaliação dos tempos de atividade dos surfistas portugueses, masculinos e femininos, que competiram no  “Allianz Figueira Pro”, a segunda etapa do Campeonato Nacional de Surf (a Liga Meo Surf) com o intuito de contabilizar o tempo gasto em cada movimento do surf.

Sessenta e quatro homens e vinte e duas mulheres participaram nos dois campeonatos (masculino e feminino) num total de 86 atletas.

Pelo que se sabe, este é o primeiro estudo de análise de movimento temporal realizado num campeonato nacional.

O processo de obtenção de amostras foi dividido aleatoriamente de forma a abranger metade das ondas surfadas no campeonato, num total de 87 ondas analisadas, sendo que cada surfista foi filmado individualmente e por toda a duração do heat.

O software de análise de vídeo V-Note foi usado para analisar o movimento de cada surfista durante a competição e para calcular o tempo gasto em cada atividade, tendo as atividades analisadas incluído a:

Remada: movimentos alternados dos membros superiores em direção ao oustside ou em busca do melhor pico de onda;

Sprint de remada para a onda: o movimento realizado para apanhar a onda, registado a partir do momento em que o surfista se voltava para a costa e começava a remar com a onda em formação até o início do take-off, independentemente de se ou não o atleta alcançou esse objetivo;

Período estacionário: o momento em que o surfista se levanta ou senta na prancha sem nenhum tipo de movimento, incluindo uma remada lenta só com um braço para manter a sua posição na zona de take-off;

Onda: o tempo entre o take-off e o momento em que os pés do surfista perdem contato com a prancha;

Atividades diversas: inclui o bico de pato, a recuperação da prancha depois de cair, entrar e sair da água, caminhar ou correr na praia, o momento em que a imagem do surfista é perdida devido à passagem de uma onda e outras atividades não especificadas.

 

A Figura 1 mostra o número de cada movimento de surf (em segundos; média ± desvio padrão) e a figura 2 mostra os intervalos percentuais (em segundos) de cada movimento para todos os surfistas analisados durante o heat. Foto:scielo

 

Os dados obtidos revelaram que o movimento de remada correspondeu a 50,9% do tempo total despendido na competição, a remada para apanhar a onda consistiu em 1,9%, o período estacionário compreendeu 34,1%, o ato de apanhar a onda foi de apenas 3,7% e outras atividades (bico de pato, recuperação da prancha, etc.) envolveram 9,4% do tempo total da competição. Os tempos médios gastos em cada atividade de surf foram de 18,6 segundos para a remada, 2,9 segundos para a remada para apanhar a onda, 21,7 segundos para o período estacionário, 11,5 segundos para surfar a onda e 6,9 segundos para outras atividades.

 

A Figura 1 mostra o número de cada atividade de surf registrada durante a competição (em segundos) e a Figura 2 os intervalos percentuais de cada atividade registada durante a competição (em segundos)
 

Resumindo, o estudo revela que, nesta amostra específica de surfistas competidores, a atividade mais realizada foi a remada, enquanto o tempo gasto a surfar ondas foi apenas 4% do tempo total do heat.

Assim, os resultados mostraram que o surf consiste principalmente de um longo período de remada, fornecendo informações valiosas para os treinadores sobre as demandas específicas do surf de competição e que podem ser usadas para desenvolver programas de treino de condicionamento de acordo com o propósito específico do surfista.

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