Face ao comunicado emitido pela ASCC no passado dia 16 de Março, em que a Associação declarou que não aceitaria a participação de atletas federados por clubes de futebol nas suas provas de circuito intersócios, a Surftotal conversou com Pedro Carneiro, Coordenador do Surfing do Grupo Desportivo Estoril Praia, para saber como o clube se posiciona quanto a esta questão. Pedro Carneiro já esteve na direcção do Surfing Clube de Portugal, e por isso, afirma, “conheço bem as diversas realidades”.

Começa por apontar que, “atendendo às características de Cascais”, o Estoril Praia, “desde a sua fundação em 1939, sempre esteve ligado ao mar e às suas modalidades. A primeira modalidade de sempre até foi natação em águas abertas”. Defende também que “não há clubes de futebol mas sim clubes desportivos com várias modalidades”, e refere a “contribuição do Estoril Praia na consolidação do movimento associativo, da atração dos clubes à modalidade, para a promoverem, mediatizarem e atraírem mais patrocinadores.”

No que diz respeito à formação de atletas, Pedro Carneiro explica: “como clube histórico formador, o Estoril Praia tem a formação de atletas associada à sua adesão ao surf, lançando atletas e permitindo que pratiquem cada vez mais a modalidade”. Acrescenta que o clube tem “escolas de formação, vertente de competição, aprendizagem e evolução”, e ainda que estão “a investir na formação de jovens surfistas para poderem concretizar os seus sonhos”.

Um dos pontos levantados pelo comunicado da ASCC prende-se com o facto de que os clubes de surf sempre estiveram empenhados na organização e realização de competições e circuitos, ao contrário dos clubes de futebol. Pedro Carneiro explica que a realização de competições por parte do clube está nos planos, tendo sofrido atrasos “devido à pandemia e a outras realidades da nossa sociedade”.

Pedro Carneiro apresenta a posição do Estoril Praia, que é uma posição de desacordo com o comunicado da ASCC. O clube acredita que “há vantagens em ter cada vez mais clubes com a modalidade de surf”, e expõe, em síntese, a sua resposta: “Não concordamos com a posição de limitar os nossos atletas de entrar em certas provas, ainda por cima quando têm critérios de excepção”.