Miguel Esteves Cardoso escreve sobre surf — e emociona com um olhar de fora
Conhecido escritor e cronista assina reflexão no Público sobre as virtudes de colocar os filhos em aulas de surf.
Na sua mais recente crónica no jornal Público, o conhecido escritor e cronista Miguel Esteves Cardoso surpreendeu a comunidade do surf ao dedicar um texto poético e profundamente observador ao impacto positivo das aulas de surf nas crianças — mesmo sem fazer qualquer apologia ao desporto em si.
Intitulado “Aprender o mar”, o texto celebra os efeitos quase terapêuticos do contacto com o oceano, destacando como as aulas de surf ajudam os mais novos a perderem o medo do mar, ganharem respeito pela natureza e, acima de tudo, a experimentarem o tempo de outra forma — longe dos ecrãs, das pressas e das distrações modernas.
“Os surfistas que dão aulas conhecem o mar melhor até do que os nadadores-salvadores”, escreve Miguel Esteves Cardoso, reconhecendo o papel central destes instrutores no processo de aprendizagem do oceano.
Com o seu estilo característico, cheio de ternura e crítica social subtil, o cronista nota que os jovens surfistas que observa nas praias estão longe dos telemóveis, vivem o tempo real, e convivem num espaço de liberdade e contemplação — como se estivessem numa pintura de Carlos Malhoa.
Sem qualquer ligação prévia ao surf, Miguel Esteves Cardoso assina assim um dos textos mais sensíveis e sinceros sobre os benefícios do surf fora da lógica da performance, da competição ou da indústria. Uma ode à praia, à infância, ao mar e à presença. E uma chamada de atenção para que mais pais possam ver no surf não apenas um desporto, mas um verdadeiro rito de passagem para os seus filhos.
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