Autoridades de Bali iniciam demolição de negócios em Bingin Beach, gerando protestos
“Estamos a perder tudo. Isto não é apenas um negócio, é a nossa vida”, lamentou um comerciante
A emblemática praia de Bingin, um dos destinos mais procurados por surfistas e turistas em Bali, está a ser palco de forte tensão. As autoridades locais iniciaram esta semana a demolição de mais de 40 estabelecimentos comerciais na zona costeira, gerando uma onda de protestos e preocupação entre os comerciantes locais.
Segundo o governador de Bali, os negócios afetados estariam a operar de forma ilegal e em desacordo com as normas de uso do solo da região. Contudo, vários proprietários entrevistados pela ABC News Australia afirmam que a ação representa uma ameaça direta aos seus meios de subsistência.
“Estamos a perder tudo. Isto não é apenas um negócio, é a nossa vida”, lamentou um comerciante ao canal australiano.
As operações de demolição têm sido acompanhadas por forças policiais, com protestos por parte de trabalhadores, habitantes locais e turistas que frequentam a área. A praia de Bingin, conhecida pelas suas ondas perfeitas, pôr do sol icónico e alojamentos de charme à beira da falésia, tornou-se nos últimos anos num polo de atração internacional, contribuindo significativamente para a economia da região.
Em causa: ordenamento costeiro e preservação ambiental
As autoridades justificam as ações com base na necessidade de proteger a faixa costeira, cumprir o plano diretor de ordenamento do território e preservar o meio ambiente. Esta não é a primeira vez que negócios à beira-mar em Bali enfrentam ameaças de despejo, mas a escala desta operação — envolvendo dezenas de estabelecimentos em simultâneo — é particularmente marcante.
Impacto no turismo
A decisão surge numa altura em que Bali tenta equilibrar o crescimento do turismo com o respeito pelo património natural e regras urbanísticas. No entanto, os críticos apontam que medidas tão abruptas podem afetar negativamente a imagem internacional da ilha e prejudicar comunidades que vivem do setor há décadas.
A evolução da situação será acompanhada de perto, já que muitos operadores turísticos e habitantes locais apelam a uma solução mais equilibrada que permita regularizar os negócios sem destruir a economia local.