Tiago Pires durante a conferência de imprensa. Tiago Pires durante a conferência de imprensa. Foto: Boogie Gold sábado, 27 fevereiro 2016 10:34

SACA, WE SALUTE YOU

O maior surfista português de sempre resolveu abandonar em definitivo a carreira competitiva na WSL...

 

Ontem, num dia de muita chuva, vento, frio e granizo, Tiago Pires, o “Saca”, fez-nos ir até à Boardriders na Ericeira ao final do dia. O motivo? Um comunicado oficial, um novo capítulo na sua vida. 

 

O Tiago, como bem sabemos, é reconhecidamente o maior surfista português de todos os tempos, e ontem pôs oficialmente um ponto final na carreira competitiva na World Surf League. A decisão, segundo o próprio, “não foi tomada de ânimo leve e só veio depois de um longo período de reflexão.”

 

“Foi uma decisão dura”, reconheceu, adiantando que “Fiz um ano de QS exatamente para perceber o que estava a sentir, e vi que dentro de mim a chama competitiva já não arde com força suficiente para manter-me ali, campeonato após campeonato, à procura de um resultado. Claro que se me dessem mais uns anos de CT talvez aceitasse, mas a verdade é que fazer parte do World Tour já não produz o mesmo efeito em mim. Isso indica que estou pronto para outros desafios."

 

Recorde-se que o Saca esteve a competir o ano passado em alguns eventos da Qualifying Series e que por sete anos, entre 2008 e 2014, integrou a World Championship Tour, a primeira divisão do surf mundial, a elite dos surfistas. Foi, aliás, o primeiro (e até ao momento único) surfista português a conseguir tal feito. O melhor ranking da carreira foi um 21º lugar em 2010. 

 

 

No entanto, estar fora da WSL não significa, à partida, que não irá competir mais. “Sou um competidor nato e esta decisão não quer dizer que nunca mais irei competir. No entanto, já não tenho vontade de fazer um circuito, de ter um ranking, de precisar de pontos… Essa vida para mim já não faz sentido. O que quero dizer é que vou deixar de competir por profissão e passar a competir por prazer, quando assim o entender”, esclareceu, dando também uma achega que a Liga Moche poderá fazer, ocasionalmente, parte dos planos.

 

Este novo virar de página na carreira, este novo capítulo, prende-se com o nascimento do filho Vicente, revelou, “que fez com que pesasse bastante na decisão."

 

Na conferência de imprensa, o internacional português deixou ainda uma palavra para os surfistas portugueses, dizendo que está “orgulhoso dos nossos surfistas e espero que, ao longo destes anos, tenha dado o meu melhor contributo. Chegou a altura de eles fazerem o seu trabalho e de me sucederem. Eu já fiz o meu papel. Sem dúvida, saio daqui com a sensação de dever cumprido.”

 

O atleta jagoz mencionou ainda que gostaria de ter vencido um CT e que o melhor momento da carreira foi quando venceu Kelly Slater, em 2008, no The Search realizado em Uluwatu, na Indonésia. Realçou também as amizades feitas no tour ao longo dos anos, destacando o australiano Mick Fanning, o norte-americano Kelly Slater e o brasileiro atual campeão mundial, Adriano de Souza, seu companheiro de viagem durante muitos anos. 

 

“Estou orgulhoso da carreira que fiz”, terminou por dizer revelando em simultâneo que na calha está um documentário biográfico que deverá dar sinal em breve. Nós, portugueses e verdadeiros amantes do surf, também estamos orgulhosos de ti, da tua humildade e por teres dado tudo em nome de uma nação. Foi, sem dúvida, uma longa e recheada carreira. 

 

Por tudo isto e muito, é que daqui, da Surftotal, te dizemos em alto e bom som: WE SALUTE YOU! 

 

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