O projeto da Câmara Municipal de Matosinhos é de louvar e já existe há oito anos. Nesse período, a Câmara tem garantido a presença de nadadores-salvadores (sempre que se justifica) na Praia de Matosinhos fora da época balnear, revelando que ao longo desse período cerca de 80 vidas já foram salvas, mais até do que nos meses ditos de calor, de praia e habitualmente conhecidos para se fazer férias. 

No vídeo em anexo, numa peça da SIC, os comentários ficam por conta de Lurdes Queirós, vereadora da CM Matosinhos, e do Capitão Teixeira Pereira, do Porto de Leixões, que nos explicam o porquê e a necessidade de levar por diante tal iniciativa. 

Isto levanta outra questão que passa precisamente pelo facto de outras zonas do país que respiram fortemente o Surf, como Peniche, a Costa de Caparica e a Ericeira, que é Reserva Mundial de Surf e por isso procurada de janeiro a dezembro, ainda não terem apostado num projeto deste género. 

Não basta apostar no turismo do surf, possuir vários hostels e mais de duas dezenas de escolas de surf numa área de 10km. Há que dar também condições de segurança e vigilância a todos aqueles que nos visitam para experimentar as nossas ondas e praias. Não é só na época balnear que os acidentes acontecem e ainda a semana passada tivemos um bom exemplo com Pedro Barros na Empa (notícia aqui) que poderia ter literalmente morrido se não fosse ajudado. Esta praia da Ericeira, por exemplo, nem no verão goza da presença de nadadores-salvadores. Isto é grave uma vez que se trata de um spot de referência para os surfistas, um dos mais procurados, aliás, tal como outras ondas de qualidade internacional como, por exemplo, a Baía dos Coxos. 

A Câmara da Nazaré, por sua vez, possui um Plano de Resgate e Salvamento e todas as sessões de big surf que têm lugar na Praia do Norte são acompanhadas por várias motos de água, que assim garantem a assistência e a segurança em caso de acidente, fazendo-se cumprir rigorosamente por ele. Não é tudo, mas já é qualquer coisa. 

Portanto, se queremos que nos visitem por causa da qualidade da nossas ondas e praias, é bom que comecemos a pensar em oferecer o mínimo de segurança. Caso contrário, já se sabe, se os turistas do surf não se sentirem seguros e bem-vindos, é mais do que certo que nunca mais voltarão. Isso não é nada bom.