"Os clubes não se sentem representados pela Federação Portuguesa de Surf" - Manuel Mestre

"Está e na hora de aparecer uma associação de clubes para defender aqueles que fundaram a F.P.S."



 

 

Na sequência da notícia da Federação Francesa de Surf e das possibilidades de abertura das praias naquele País, certamente coordenada com as diversas autoridades Francesas, FFS e clubes. E por que em Portugal a Federação Portuguesa de Surf também ter feito uma proposta para utilização das ondas, fomos saber como estão os Clubes de Surf em Portugal. Estes desempenham um papel importante por estarem no terreno, conhecerem bem a área, atletas, free surfers, hábitos, costumes e necessidades. Na verdade do ponto de vista externo com o boom das escolas de surf, os clubes “apagaram-se” um pouco.
Quais serão os motivos?  Pouca competição a nível colectivo?
Pouca representação local?
Falta Dirigentes?
Fomos tentar saber junto de alguns dos principais Clubes de Surf a nível nacional.

 

Responde o Clube de Surf de Faro representado por Manuel Mestre:

 

 

 

"Está e na hora de aparecer uma associação de clubes

para defender aqueles que fundaram a FPS

e que são a génese do nosso desporto."

 

 

 

 

 

 


Surftotal: Nos últimos anos tem-se verificado menor actividade e visibilidade dos Clubes, concordas? Se sim tens alguma explicação para isso?

Necas (Surf Clube de Faro):  Os clubes cada vez tem tido menor expressão e isso deve-se a falta de apoio da Federação Portuguesa de Surf(FPS). Os clubes não se sentem representados pela FPS, neste momento a Federação serve para receber e as cotas, seguros desportivos.
A falta de apoio aos clubes e a formação é notória, e pior, a FPS mete tudo no mesmo saco, os clubes que tem formação, eventos inter socios e que tem atletas são iguais às escolas e empresas que trabalham exclusivamente com turismo e que facturam milhares de euros por mês.
Não conseguem perceber que para um clube a única maneira de se manter aberto é dar aulas de lazer, porque não há apoios para ser de outra forma.
Outra situação tem a ver com o aparecimento das associações de classe, aqui os clubes perdem força nas votações da FPS relegando os clubes para terceiro plano.

Está e na hora de aparecer uma associação de clubes para defender aqueles que fundaram a FPS e que são a génese do nosso desporto.

 

 

 

"Entrada de verbas zero,

colaboradores e treinadores tudo em casa e instalações fechadas."

 

 

 

 

 

 

 Surftotal:Como tem sido a vida dos Clubes nos últimos tempos?

Necas (Surf Clube de Faro): Nos últimos tempos, deste 13 de Março quase zero. Não é zero no nosso caso porque o Clube de Surf de Faro tem-se mantido activo nas redes sociais. Mas entrada de verbas zero, colaboradores e treinadores tudo em casa e instalações fechadas.

 

Surftotal:Tem havido ou está previsto algum tipo de contacto e/ou apoio de entidades desportivas a nível local e nacionais?

Necas (Surf Clube de Faro): No nosso caso a Município de Faro vai dar uma ajuda. Hoje falei com o director regional do IPDJ que me disse que não está nada previsto. Já da FPS até agora apenas recebemos inquéritos!!

 

 

 

 

"Aproveito para dizer que em relação ao impedimento de fazer surf

eu considero esta lei a maior injustiça."

 

 

 

 

 

 

Surftotal: Sabendo que todas as praias tem características diferentes, considera que clubes deveriam estar de alguma forma envolvido na abertura das praias?

Necas (Surf Clube de Faro) : Os clubes são fundamentais e nos clubes é onde estão as pessoas influentes no meio e que podem ajudar de uma forma pedagógica no controlo das actividades de ondas. Cada praia tem características diferentes, isso deve ser ponderado pelas entidades locais. Não tem sentido fazer uma lei para a praia de Faro igual à da Arrifana por exemplo, são realidades distintas.

 

Surftotal: Algo mais a dizer?

Necas (Surf Clube de Faro) : Aproveito para dizer que em relação ao impedimento de fazer surf eu considero esta lei a maior injustiça.

Para fecharem o areal nos praticantes de desporto de ondas levamos por tabela o surf já deixou de ser uma brincadeira. Pode-se andar de bicicleta, correr ir fazer coisas altamente perigosas como ir ao supermercado e não se pode fazer surf. O surf e um desporto individual feito ao ar livre, sem contacto, e nós surfistas não queremos ninguém ao pé de nós, uma onda, um surfista ou na melhor das hipóteses um para cada lado.
As deslocações são uma desculpa porque poderiam abrir as praias para a prática de desporto náuticos onde poderiam incluir a pesca do concelho de residência dos praticantes, assim evitavam as deslocações entre concelhos.

Há outro pormenor ainda, os surfistas não são utilizadores do areal, chegam à praia fazem surf e vão-se embora.  Neste sentido tem lógica abrir o mar do que a areia.

Também em relação às escolas de surf, com regras muito apertadas, acho que também poderiam abrir.

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