Costa vicentina sem rei nem roque 

Uma região de grande potencial dominada por caravanas…

 

Quem passou férias este verão na costa vicentina certamente se apercebeu que não há praia, vila, pinhal ou miradouro que não esteja apinhado de caravanas de turistas espanhóis, franceses, alemães, etc.; que, sem qualquer restrição, usufruem destes nossos bens preciosos sem qualquer civismo ou respeito por aquilo que é um bem comum e em última instância a mais valia desta região de Portugal.

 

Torna-se até caricato e instala-se uma sensação de defraudamento quando nos confrontamos com esta espécie de bairros da lata que povoaram as nossas praias, precisamente depois de lermos em todas as revistas, antes do verão, os locais paradisíacos que devemos conhecer na costa vicentina.

 

Na realidade estes locais paradisíacos estão povoados de caravanas cujos utilizadores todos os dias defecam e urinam nos trilhos e acessos às praias ficando o ambiente empestado por um cheiro insuportável, isto já para não falar do impacto visual que tudo isto causa. 

 

São inúmeros os relatos que ouvi este verão, de vários portugueses que há muito passam férias na costa vicentina, que referem que a situação se tornou insuportável.

 

Há locais como a praia do Barranco que estão literalmente OCUPADOS por um número considerável de caravanas de espanhóis e alemães que ali se instalaram e vivem todo o ano numa espécie de “Woodstock”, apoderando-se de uma das mais belas praias da costa sul. 

 

Eles estacionam as carrinhas por forma  a ocupar quatro lugares de estacionamento, montam a tenda impedindo os outros utilizadores de estacionar e desfrutar da praia sem que nenhuma autoridade intervenha, pois quando são chamados dizem não ter meios para atuar uma vez que normalmente só têm uma viatura para se deslocar. E assim, desta forma, os turistas que nos invadiram as praias continuam e governar estes espaços públicos onde até sinalética própria desenvolveram.

 

Este fenómeno tem-se vindo a alastrar para praias como a praia do Amado, a Bordeira, praia do Canal, Vale Figueira, etc. 

 

Será que alguma universidade ou outra entidade competente estudou a mais-valia para Portugal deste tipo de turismo? Ou será que quem ganha com isto é apenas e só o supermercado local, que vende pão e umas latas de atum, e a bomba de gasolina da região?

 

Já alguém competente avaliou o impacto desta desordem e os danos para o Turismo e o Ambiente? 

 

Vamos querer continuar a ver esta gente a fazer das nossas praias a sua casa de banho? O seu contentor de lixo?

 

Mantendo-se este caos, sem legislação fiscalização e ornamento implementado por quem de direito, estou convencido que isto é o fim da costa vicentina enquanto pérola nacional cuja aposta deveria ser num turismo de qualidade, pondo em risco mesmo a possibilidade de investimentos em projectos mais dignos para uma região com tão grande potencial.

 

Texto_ João Vilela

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