Empresa californiana quer fazer blanks a partir de resíduos do mar sexta-feira, 17 agosto 2018 13:52

Empresa californiana quer fazer blanks a partir de resíduos do mar

Tópico sustentabilidade volta a conquistar relevo… 

 

Não é segredo nem mentira que os surfistas têm uma consciência ambiental e de sustentabilidade mais apurada que a maior parte das pessoas. Isto acontece porque estão diretamente ligados à natureza - na consequência da prática de surf - e porque passam, obviamente, muito do seu tempo no oceano. 

 

São também os surfistas que, em muitos casos, sofrem na pele ou se apercebem do estado alarmante que parece envolver cada vez mais o nosso planeta. Seja através da poluição resultante de ribeiras, rios, chuvas ou cheias, do excesso de plástico que encontram ao caminhar na praia ou simplesmente o resultado dos incontáveis derrames de petróleo das últimas décadas. 

 

Os surfistas são, efetivamente, um dos primeiros grupos a aperceber-se das mudanças da sociedade e o impacto que elas têm no seu meio de atuação e o ambiente. Talvez por isso não seja de estranhar que o tópico sustentabilidade esteja cada vez mais presente no mundo do surf. 

 

 

Acompanhando a tendência dos últimos tempos - como a Marko Foam que produz blanks de EPS parcialmente feitos de material reciclável ou da Arctic Foam que em breve terá à venda um blank feito à base de algas; uma outra empresa norte-americana, com sede em Santa Cruz, encontra-se a desenvolver um blank para pranchas de surf recorrendo a uma fonte que é no mínimo improvável - o fluxo de resíduos, restos de frutos do mar.

 

Cruz Foam, fundada por John Felts e Marco Rolandi, ambos engenheiros elétricos de formação, visa criar uma alternativa mais sustentável aos tradicionais blocos de foam em poliuretano. Para isso estão a usar a Quitina, um material que está presente em crustáceos como o caranguejo, a lagosta e o camarão. 

 

Aparentemente, a Quitina é acessível, durável e pode ser usada para criar um novo blank que é muito menos tóxico do que o poliuretano ou o poliestireno expandido (EPS). O único senão foi que os primeiros testes e pesquisas mostraram que a Quitina não era uma propriedade fácil de processar, atrasando assim, obviamente, a sua introdução no mercado. 

 

Em todo o caso, a Cruz Foam acabou por conseguir desenvolver uma solução eco-friendly, à base de água, e em breve espera partilhar essa inovação com a restante indústria do surf.

Vamos a isso malta! 

 

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* Imagens meramente ilustrativas. 

Notícia publicada a 20 de abril, mas reeditada e republicada hoje. 

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