Existem ondas que, pela sua perfeição, prendem a nossa atenção e nos fazem sonhar, como a onda de Teahupoo ou Pipeline.

Ambas as ondas, que são palco de duas emblemáticas etapas do Championship Tour, são icónicas e fazem parte da lista de ondas de sonho de qualquer surfista, tal como a onda de Cloud 9 que, embora não faça parte do tour, é digna do circuito mundial.

Situada em Siargao, nas Filipinas, Cloud 9 é uma direita tubular que tanto tem de divertida como de desafiante.

O surf é a principal atração de Siargao. Tudo começou em 1980 quando Tony Arruza e Steve Jones chegaram à ilha em busca da “onda perfeita”. Naquela época, Siargao ainda não se tinha tornado um destino turístico popular e era conhecido apenas por alguns surfistas, entre eles Max Walker, conhecido por ter estabelecido vários surfcamps no sudeste da Ásia antes de morrer.

A onda tornou-se famosa a nível mundial nos no início dos anos 90, durante uma surf trip da revista SURFER, que incluía a presença de Taylor Knox, Evan Slater e o fotógrafo John Callahan, e recebeu o nome de uma marca de chocolate local que a equipe consumia como parte da sua dose diária de açúcar.

Se fosse possível projetar uma direita tubular perfeita seria esta. Obviamente, tal acontece quando recebe condições ideiais, normalmente durante o período de setembro a novembro. A onda quebra num reef raso e embora os seus tubos sejam curtos são também excepcionais, pelo que Cloud 9 é considerada por muitos surfistas como uma das melhores ondas do mundo e foi classificada como um dos 10 melhores surf spots do mundo pela CNNGo em 2012.

São vários os atletas portugueses que já competiram aqui durante o Siargao Cloud 9 Surfing Cup, etapa da Qualifying Series conhecida por receber ondas de sonho e que em 2017 viu o seu estatuto subir de 1.500 para 3.000 pontos.

Será que algum dia iremos ver a elite mundial competir em Cloud 9 no Championship Tour?

Talvez sim, talvez não, mas a direita tubular é uma onda digna de fazer parte do tour.