OS MIÚDOS DO LONGBOARD

Têm entre 15 e 16 anos e dedicam-se às pranchas "mais compridas".

 

A terceira etapa do Circuito Nacional de Longboard disputa-se este fim de semana na praia de Ribeira d’Ilhas, na Ericeira. Depois das provas em Sesimbra e Costa da Caparica, o circuito regressa agora à Ericeira para aquela que é a terceira de sete etapas do calendário. Na véspera do arranque da prova, a SurfTotal foi à procura das novas caras do Longboard nacional. Têm entre 15 e 16 anos, e pelo meio, até encontramos uma miúda. 

 

Kathleen Barrigão: "O objetivo que tenho para esta prova é ganhar aos rapazes"

Kathleen Barrigão tem 15 anos, e em ambas as etapas realizadas do Nacional de Longboard conseguiu o 3º lugar na categoria de Sub-18. Já na categoria do Open está em 21º entre os 34 surfistas concorrentes. Kat, como é conhecida pelos amigos, começou a fazer longboard no verão do ano passado no verão. "Mas só iniciei os treinos de longboard mais a sério este ano para as competições com a ajuda do José Lafuente", conta a surfista que estuda no St.Julians School em Carcavelos.

 

"Sempre tive interesse em experimentar pranchas de tamanhos diferentes e um dia um amigo do meu pai emprestou me uma longboard quando o mar estava pequeno em Carcavelos e acabei por me divertir imenso. Depois desse dia continuei a usar essa tal longboard até que mandei  fazer uma longboard na Lacrau e foi com essa prancha que comecei a treinar e a competir", conta a surfista da Parede. Kat aproveita todos os tempos livres que tem para "surfar obviamente - como nos diz - e fazer preparação física para o surf", conta ainda. "Ah e gosto de fazer trabalhos criativos de pintura e design", acrescenta quando quisermos saber mais sobre os seus hobbies.

 

"O longboard e o shortboard são bastante diferentes. No longboard é possível fazer quase tudo que se faz numa  shortboard e muito mais. Para mim o mais cativante no longboard é ver os surfistas a fazer grandes pauladas (num surf mais progressivo) e longos noserides (num surf mais clássico). É ver um surfistas a fazer grandes manobras que parecem fáceis mas são de facto muito difíceis de conseguir alcançar.  Em comparação com shortboard  eu sinto que no longboard dá para relaxar mais e desfrutar mais duma onda", explica à SurfTotal.

 

Quanto a objetivos no longboard avança: "Na competição quero melhorar sempre o meu surf e obter melhores resultados a nível nacional. Como lazer, gostava de viajar e surfar em praias diferentes, poder surfar com as melhores surfistas internacionais do longboard como a Chloé Calmon a Kelia Moniz e a Atalanta Batista, entre outras", diz.

 

Este fim de semana, na Ericeira, Kat vai usar uma prancha nova emprestada pelo Gustavo Froufe. "Este é um dos lugares que mais gosto de surfar pois têm as minhas ondas preferidas. Os objetivos que tenho para esta prova são os de ganhar aos rapazes e obter a melhor classificação possível", diz.

 

Mas será, Kat, que é fácil ser rapariga num universo de rapazes? "Sendo uma rapariga a fazer longboard a reação da maioria dos surfistas é muito positiva e de boa convivência. às vezes quando vou surfar de longboard os surfistas ficam a olhar para mim surpreendidos pois existem poucas raparigas a praticar longboard em Portugal comparativamente com outros países. O ambiente nas competições, especialmente nas  nacionais, é muito divertido. Os outro competidores estão sempre prontos para me ajudar e incentivar. Competir com os rapazes torna-se uma experiência positiva pois obriga-me a lutar pelas ondas e a impor o meu surf. É sempre bom surfar com longboarders mais velhos e mais experiêntes pois enriquece o meu surf", conclui.

 

JOÃO MALÓ: "O meu maior objetivo no longboard é divertir-me"

João Maló é um dos jovens longboarders em prova. Este surfista de S. Pedro do Estoril tem 16 anos e já pratica a modalidade há cerca de 3 anos. Tudo começou num dia em que o mar estava muito pequeno em S. Pedro. Apesar de ser um apaixonado pelas pranchas maiores admite que o faz mais para "se divertir" e quando "o mar está pequeno". "O meu maior objetivo no longboard é divertir-me", confessa. 

 

No seu curriculum conta já com um 1º lugar na primeira etapa do nacional de longoard sub-18, um 2º lugar na segunda etapa do nacional de longboard sub-18 e um 5º lugar no Open da segunda etapa do nacional de longboard. Nada mau. E para este fim de semana garante: "A Ericeira tem excelentes ondas, e terem escolhido uma etapa para lá é bastante bom. A minha expectativa é que me corra bem, mas mais ainda é que me divirta a fazer o que gosto", diz. "Quero deixar um grande agradecimento ao Luís Carvalho, shaper da LACRAU SURFBOARDS, pelas excelentes pranchas que me tem vindo a fazer e a Rail to Rail Surfshop pelo apoio", conclui à SurfTotal.

 

JOÃO DANTAS: "O longboard tem um estilo clássico e de certa forma ficamos muito ligados as raízes do surf"

Também João Dantas é dos mais jovens surfistas no circuito. Tem 16 anos, é de São Pedro do Estoril e na 1ª etapa do nacional sub-18 ficou em 2º lugar e na 2ª etapa em 1º. Mas para ele, o Longboard não é novidade. "Comecei a praticar longboard quando comecei a surfar, há mais o menos 7 anos", diz à SurfTotal.

 

"Comecei porque sempre gostei de ver o meu tio a fazer e na altura, o meu professor, Tiagro Magro tambem fazia e foi um incentivo. Mais tarde com o meu grupo de amigos fazíamos no verão. E isto sempre acompanhado pelo surf em short. Agora é quando nos apetece, ainda não tenho uma rotina para fazer longboard. Faço short, longboard, single fin conforme me dá na cabeça... [risos]", conta o jovem que estuda no Instituto de Tecnologias Náuticas em Paço de Arcos.

 

Mas afinal o que lhe agrada mais na modalidade? "O longboard tem um estilo clássico e de certa forma ficamos muito ligados as raízes do surf. E um modo de surf com elegância e eu gosto, o 'caminhar na prancha' acho bonito de se ver e de fazer. O shortboard da mais uma sensação de destruir a onda, e mais agressivo no entanto tambem gosto bastante", explica à SurfTotal.

 

Quanto ao futuro, João Dantas confessa que quer "continuar a evoluir, ir curtindo" e divertir-se. "Baseio-me no longboard do Joel Tudor pela paixão com que o faz e a sua calma e subtileza... Em termos competitivos quero continuar a alcançar alguns bons resultados e gostava muito de competir a nivel europeu e mundial", diz. Quanto a este fim de semana na Ericeira, responde: "Espero divertir-me e apanhar boas ondas acima de tudo. Se isso acontecer provavelmente alcançarei um bom resultado."

 

Patrícia Tadeia

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