O MITO ANDY IRONS

O havaiano que desafiou Kelly Slater

 

Andy Irons nasceu a 24 de julho de 1978 - completaria hoje 37 anos, não fosse a sua prematura morte no ano de 2010.

 

Foi aos 8 anos que o pequeno Andy se lançou ao mar para as suas primeiras ondas, juntamente como irmão mais novo, Bruce.  Depois de sucessivos êxitos enquanto amador, nas competições domésticas dos Estados Unidos, venceu a prova que o catapultaria para a fama: o HIC Pipeline Pro, com tubos monumentais. Poucos meses depois venceria também o Tahiti Pro em Teahupoo de 1997.

 

Andy destacava-se por ser um surfista completo, fisicamente ágil e forte, capaz de arrancar aéreos em ondas mais pequenas, da mesma forma que dominava ondas grandes com carves e turns perfeitos. A somar a tudo isto, conseguia posicionar-se de forma tecnicamente perfeita dentro dos tubos mais complexos.

 

Em 1998 Andy Irons começou a competir no Championship Tour e ganhou os World Junior Championships. Acabou esse ano em 21º lugar do ranking, com vitórias em Huntington Beach, U.S. Open e no OP Pro. No ano seguinte Andy perdeu foco, e os resultados sofreram com isso, tendo terminado no 34º posto.

 

Todavia o havaiano ainda tinha muita história para construir. Em 2000 conseguiu acabar em 16º e no ano seguinte ascendia ao Top 10.  Mas foi no ano de 2002 que Andy arrasou o Tour da elite mundial, com uma entrada a todo o gás, venceu dois dos três primeiros eventos da temporada, o Rip Curl Pro e o Billabong Tahiti Pro, tendo assumido a liderança do ranking numa marcha triunfal até ao título de campeão mundial, culminada com a vitória no Pipeline Masters - onde acumulou a vitória no Triple Crown.

 

Este título marcava o início da mítica rivalidade com Kelly Slater, que até à altura parecia não ter um rival à altura, e já acumulava 6 títulos mundiais. A época de 2003 foi um duelo intenso até final, decidido apenas na final do Pipe Masters, onde derrotou Kelly e se tornou bicampeão mundial. O tricampeonato viria logo de seguida, desta feita com Joel Parkinson a terminar em segundo e Kelly em terceiro.

 

A rivalidade manter-se-ia, e Kelly, ‘picado’, venceria mais dois títulos mundiais, (2005 e 2006), com Andy a terminar como vice campeão em ambos. As suas diferenças não se extinguiam dentro de água. Enquanto Kelly já transmitia a imagem de homem saudável e mais discreto, Andy era reconhecidamente mais extrovertido e dado a festas com alguns abusos, cultivando uma imagem muito 'rock 'n' roll'.


A rivalidade continuaria...

Em 2006 os dois disputaram uma das melhores finais de que há memória no Pipeline Masters, com Andy a derrotar o campeão nos instantes finais com um 10 perfeito. 

 

 

A partir de 2007 Irons começou a rota descendente da sua carreira, com as suas classificações a desceram de ano para ano. Os rumores sobre o abuso de álcool e drogas adensavam-se e Andy ficaria de fora na época de 2009, por imposição do seu patrocinador, a Billabong. Saber-se-ia mais tarde que estaria em reabilitação.

 

Em 2010 regressou ao World Tour, aparentemente livre de problemas e em boa forma, mas depois de falhar de forma repentina uma prova em Porto Rico, a 2 de novembro de 2010, foi encontrado morto no seu quarto de hotel em Dallas, com 32 anos. Para trás ficava a esposa Lyndie Irons, grávida de oito meses.

 

Uma paragem cardíaca causada pelo abuso de diversas substâncias privava o mundo do surf de um talento ímpar. Andy teve tanto de talentoso como de problemático, voou bem alto, mas demasiado perto do sol, como Ícaro. A sua memória com um dos melhores surfistas de sempre, essa, ficará incólume para toda a eternidade.

 

Fotos: Billabong 

 

 

 

 

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