Big Riders apontam falta de transparência na atribuição do recorde de maior onda surfada quarta-feira, 15 junho 2022 08:21

Big Riders apontam falta de transparência na atribuição do recorde de maior onda surfada

Rodrigo Koxa, Maya Gabeira e Bill Sharp contestam o recorde. 

 

 

 

O recorde da maior onda alguma vez surfada passou recentemente das mãos do brasileiro Rodrigo Koxa para o alemão Sebastien Steudtner. A onda de Steudtner foi avaliada em 26, 21 metros, contra os 24,38 metros da onda de Koxa. 

Mas este novo recorde não foi bem aceite por todos, pelo facto de que há quem não esteja convencido que a onda de Steudtner tenha sido maior que a de Koxa. Alguns membros da comunidade do surf de ondas grandes falaram publicamente sobre o tema, pedindo mais transparência por parte da WSL quanto aos critérios utilizados.

Uma das vozes que se levantou foi a do próprio Rodrigo Koxa, que aponta para o facto de a sua onda não ter sido julgada pela mesma equipa que a de Steudtner. "Já que mudaram a banca julgadora, eu gostaria que medissem novamente a minha onda", explica. A onda de Koxa foi julgada por Mike Parsons, Greg Long, Gary Linden, Jeff Divine, Grant Ellis, Dave Gilovich, Chris Dixon e Bill Sharp. A de Steudtner foi julgada por Adam Fincham, Michal Pieszka, Hironori Matsumoto, Adam Young e Falk Feddersen. 

 

 

 

Falta de transparência, união e organização, dizem Bill Sharp e Carlos Burle

 

 

Bill Sharp, fundador do XXL Big Wave Awards, também contestou o resultado, afirmando que, apesar de não pretender tirar mérito a Steudtner, não acredita que a sua onda tenha sido maior que a de Koxa. "É fácil qualquer onda na Nazaré ser mal interpretada sem uma grande variedade de ângulos de fotos na mão e muita experiência com o local", diz. "Eu adoraria rever as descobertas exactas da actual equipa científica da WSL e verificar novamente a matemática, só para ter certeza." Sharp também considera que existe falta de transparência por parte da WSL. "Quando eu estava no comando, sempre fomos totalmente transparentes, e trabalhei muito para garantir que o painel incluísse as melhores mentes disponíveis".

Já o bicampeão mundial de ondas grandes Carlos Burles afirmou que as regras "não são claras" e que o processo é "subjectivo". "A entidade não divulga os juízes e não traz para o painel cientistas imparciais, ou mais informações", diz. Burle também considera que as acções para avançar o big wave surf feminino foram ineficazes. "O que adianta haver prémios monetários iguais e não se promover eventos?", pergunta. Mas Burle não atribui a culpa somente à WSL, e em vez disso denuncia falta de união e organização de todos os agentes da comunidade. 

 

 

Maya Gabeira ausente dos Big Wave Awards

Maya Gabeira conta que não submeteu nenhuma onda sua este ano para os Big Wave Awards, pois considera que "os anos passam" e o surf profissional de ondas grandes "retrocede". "Principalmente nos últimos anos, sem nenhum responsável pelo desporto na WSL, os atletas ficam à margem". "É como se tivéssemos que aceitar qualquer coisa", desabafa Maya, que relatou que o e-mail com informações sobre o prémio chegou em cima da hora e com categorias cortadas. Contou ainda que vários surfistas consideraram não participar, mas "a falta de oportunidade fez com que a maioria sentisse que isso era melhor do que nada".

 

 

 

 

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