Surfar faz bem ao cérebro - um neurocientista explica porquê via lasdunassurfresort.com segunda-feira, 05 setembro 2022 09:13

Surfar faz bem ao cérebro - um neurocientista explica porquê

Tem a ver com um factor chamado plasticidade sináptica.

 

 

 Este neurocientista explica que o factor que diferencia o surf de outros desportos tem a ver com o termo plasticidade sináptica.

 

 

 

Desporto faz bem não só ao corpo mas também à mente, e não falta pesquisa científica que o prove. Se o objectivo é estarmos bem connosco próprios e termos um estilo e vida saudável, qualquer tipo de actividade física pode servir esse propósito. 

Mas há qualquer coisa no surf, uma magia especial. E poderia ter apenas a ver com a cultura de surf envolvente, que em muitos sentidos é completamente diferente da cultura de outros desportos, ou poderia ter a ver com o contacto com a natureza, algo que uma ida ao ginásio, por exemplo, não pode oferecer. Mas Owen James Burke, da The Inertia, foi procurar saber se havia uma razão mais funda, mais concreta, para o surf ser tão especial como é. 

Encontrou uma possível resposta com Santi Solé Domenech, um investigador da Weill Cornell Medical College. Este neurocientista explica que o factor que diferencia o surf de outros desportos tem a ver com o termo plasticidade sináptica.

 

 

O que é plasticidade sináptica?

 

As sinapses são zonas de contacto entre terminações nervosas e neurónios, células musculares ou glandulares. Com o passar do tempo, dependendo do seu uso, as sinapses tornam-se mais ou menos poderosas, o que pode influenciar a nossa memória e a nossa capacidade de aprender.

Em momentos de grande tensão, dor ou emoção elevada, as sinapses ficam extremamente activas - isto ajuda a explicar o que há de apelativo em grande parte dos desportos, que, na sua maioria, incluem algum nível de tensão, emoção e dor (quanto mais não seja a dor causada pelo esforço físico). 

Mas todos esses factores aumentam quando se está a falar de um desporto radical. Correr numa passadeira não trará o mesmo nível de tensão e emoção do que BTT, por exemplo, em que o risco é muito maior. Adicionando as paisagens de cortar o fôlego e a imprevisibilidade de se estar na natureza, há muitos mais estímulos a considerar.

E aqui entra o surf. 

Também no surf as paisagens costumam ser idílicas, também no surf o risco é grande, e também o surf é imprevisível. Mas a imprevisibilidade, no surf, reina. Os fundos de pedra, as correntes, os ventos, os sets, a vida marítima, o crowd, as tempestades - elementos que são sempre diferentes de um dia para o outro - e, acima de tudo, a consciência de que estamos fora do nosso habitat e não fomos feitos para sobreviver naquele elemento.

 

 

Tudo isto faz com que o mais experiente de todos os surfistas continue a ter que deixar o alerta ligado cada vez que entra na água, porque os estímulos são muitos. Esta combinação de factores faz do surf um desporto único e particularmente imprevisível e emocionante - poucas são as modalidades que dão às sinapses tanto com que trabalhar. 

 

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