O Vans Pipe Masters 2023 culminou com as vitórias de John John Florence e Moana Jones Wong. Do lado feminino, a vitória de Moana não é uma surpresa, tendo em conta o título de "Rainha de Pipeline" pelo qual a surfista é conhecida. Mesmo assim, o seu surf não deixa de ser surpreendente. 

É surpreendente também a evolução do surf feminino em Pipeline. É importante lembrar que só em 2022 é que o CT passou a ter o mesmo número de etapas nos mesmos locais para homens e mulheres - ou seja, só em 2022 é que as mulheres começaram a competir em Pipeline ao nível da elite. As surfistas têm reclamado o seu espaço, e a indústria, tem respondido da única maneira possível: dando passagem.

Com medidas como a igualdade do prize money entre homens e mulheres, que se verifica no Vans Pipe Masters e, desde 2019, em todas as competições da WSL, o mundo do surf tem lentamente vindo a reconhecer que tudo aquilo que um homem pode fazer em cima de uma prancha, também pode uma mulher. O caminho é longo, mas vai sendo trilhado.

É claro que, tendo em conta os vários anos de atraso e menores oportunidades para o surf feminino, há trabalho grande a ser feito para que as mulheres cheguem ao patamar em que o surf masculino se encontra hoje. Mas a evolução tem sido rápida, e uma prova de que, com as oportunidades e o incentivo certo, as surfistas têm todo o talento, garra e força de vontade para chegar muito longe. Desde a maestria de Moana Jones Wong, passando pela atitude destemida de Bethany Hamilton, a coragem de Laura Enever e Anne dos Santos, até à ferocidade das jovens Erin Brooks, Sierra Kerr e Gabriela Bryan, o fututo do surf feminino está em boas mãos.