Numa entrevista recente, Dave Rastovich é bem claro sobre o que pensa do surf atual: “Pouca coisa me chama a atenção no surf de hoje.” Na verdade, o free surfer neozelandês radicado na Austrália vai até um pouco mais longe dizendo que “As habilidades dos surfistas modernos são fantásticas, só não me interessam.”

No exclusivo da revista Surfar, ‘Rasta’ chega mesmo a dizer que o surf é como a música e que podem até existir milhões de estilos diferentes. “O tour mundial pode ser comparado a música Pop que agrada às massas. Eu prefiro um tipo diferente de sintonia. Não há nada de errado com a música Pop, muitas pessoas a amam. Só que eu prefiro batidas irregulares e expressões mais psicadélicos,” explica.

A razão da entrevista feita pela publicação brasileira é simples: Munido da sua twin fin, Rasta fez uma das recentes capas com um incrível tubão em Nias. Precisamente sobre o movimento das retro boards e pranchas de linhas clássicas, do qual é fã e um dos principais rostos na água, acabou por tecer o seguinte comentário: “99% das vezes surfo de twin fin. As pranchas de três quilhas arrastam muito e atrapalham o meu surf. Também gosto de quatro quilhas (quads), principalmente quando o mar sobe. Já as single fin são muito ariscas para mim.”

Pelo meio da conversa, Rastovich referiu ainda que se inspira em filmes antigos de surf, filmados entre 1968 e 1972, pois “neles existe uma sensação de leveza”, e relembrou que todas as pessoas precisam divertir-se mais. “A única regra no surf é que seja gentil com o próximo. Posso surfar com a porta de um carro e ficar amarradão. A única coisa necessária é ser gentil e ter um coração caridoso dentro d’água,” salientou. 

Dave Rastovich, 36 anos, tem hoje uma ligação cada vez mais forte com o Oceano e é pago para surfar e fazer filmagens em locais exóticos e em sítios remotos do planeta, sem que para isso tenha que entrar em campeonatos. Avé!