Afonso Antunes é um dos jovens portugueses que estará no Pro Junior da Caparica. Afonso Antunes é um dos jovens portugueses que estará no Pro Junior da Caparica. Foto: PCSF/Morais terça-feira, 01 março 2016 14:23

PRO JUNIOR DE REGRESSO À PRAIA DO PARAÍSO

A escola de campeões juniores está a chegar à Costa de Caparica...

 

Alguns dos melhores surfistas sub-18 do mundo estarão no Caparica Primavera Surf Fest na primeira etapa europeia do World Surf League Junior Qualifying Series (WSL), normalmente conhecido como o Pro Junior europeu. Esta será, competitivamente, a prova rainha do festival e decorre entre os dias 23 e 26 de março, encerrando o calendário desportivo. 

 

Este Pro Junior europeu faz parte de uma realidade mais vasta da WSL, que compreende outros cinco circuitos em várias regiões intercontinentais: Australásia, África, Havai, Japão, América do Norte e América do Sul. Os melhores destes circuitos passam então a uma final mundial. Um circuito cujo objetivo é afinar as capacidades competitivas dos melhores jovens surfistas mundiais. Todos com o sonho de chegar ao Championship Tour (CT). 

 

Este ano, em virtude da promoção de muitos dos principais juniores do top mundial ao escalão sénior, mais a mudança regulamentar de sub-20 para sub-18, existe uma verdadeira revolução nos candidatos aos lugares cimeiros do ranking. 

 

Para o surf português, esta mudança traduz-se no afastamento do campeão da etapa portuguesa do Pro Junior de 2015 (que também teve lugar na Caparica no contexto do Caparica Primavera Surf Fest), mas não belisca minimamente a campeã em título do feminino, Teresa Bonvalot e ainda abre a porta a um lote de jovens portugueses, conforme explica o selecionador nacional David Raimundo: “Temos os casos de Jácome Correia, Luís Perloiro, Francisco Almeida, João Moreira, ou Vasco Mónica. Existem já bastantes atletas com bastante nível e o facto de o Pro Junior agora ser sub-18 abre a porta a surfistas que eram sub-16 e este ano estão no primeiro ano de sub-18, a lutarem por lugares mais de topo da tabela e deverá ser, com certeza, um ano muito disputado.” 

 

Para estas contas, entrarão também os wildcards portugueses: Inês Bispo (16 anos), Guilherme Ribeiro e Afonso Antunes, ambos com 14 anos. Inês Bispo, aliás, conquistou no domingo passado uma vitória na segunda etapa do circuito de Esperanças da Grande Lisboa, em Carcavelos, e chegou, recentemente, a uma final do Grom Search Europeu da Rip Curl, disputado em Cabo Verde. 

 

Relativamente à etapa europeia da WSL Junior Qualifying Series, Inês está otimista e embora não arrisque previsões, vai dizendo que aposta forte neste circuito: “Adorei o campeonato do ano passado, a organização foi perfeita e como costumo surfar na Costa de Caparica, penso que pode correr bem. Este ano, como alteraram o circuito para sub-18, tenho apenas mais dois anos para competir e, por isso, quero muito fazer o circuito na íntegra.” 

 

Afonso Antunes defende herança no Caparica Primavera Surf Fest

Quando Afonso Antunes entrar na água para a etapa do Pro Junior da WSL no Caparica Primavera Surf Fest vai ter, seguramente, o maior desafio da sua ainda curta carreira de surfista. Afinal, este wildcard da prova joga na sua casa e, mais importante, na casa do seu pai, João Antunes, um dos maiores nomes de sempre do surf nacional. 

 

Afonso, de 12 anos, é o mais jovem de um grupo de jovens wildcards da Caparica, e é encarado com a maior curiosidade por aqueles que seguem o surf nacional desde o tempo em que o seu progenitor era um dos nomes grandes do surf europeu. 

 

Mas o que esperar, então, deste jovem? “É uma carta fechada”, diz o pai, João, que se por um lado não esconde o enorme orgulho no jovem, também vai tentando colocar algumas reservas no entusiasmo de um miúdo. O antigo campeão nacional de surf conta como começou a história do delfim do clã Antunes: “Por volta dos três anos, ia connosco para a praia e agarrava-se às pranchas e não saía dali. Quase não ligava aos outros miúdos, só queria brincar com a prancha. Aos cinco anos, apanhou a primeira onda de pé, em Santa Cruz. Mas aos seis anos é que percebi, pela primeira vez, o talento. Há uma ‘stance’ na prancha, uma posição natural que ele tinha e não enganava.” 

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