Viana do Castelo reafirma-se como capital europeia do surf adaptado

Surf Clube de Viana reúne principais potências europeias de surf adaptado 

 

O 1º Adaptive Surfing Meeting, organizado pelo Surf Clube de Viana (SCV) em parceria com a Federação Portuguesa de Surf (FPS), decorreu no Centro de Alto Rendimento de Surf de Viana do Castelo, nos passados dias 10 a 14 de junho. Tendo registado grande êxito e afirmado, novamente, as potencialidades da capital alto-minhota no surf adaptado europeu.

 

“Foi no seguimento dos excelentes resultados atingidos no Adaptive Surf Camp 2017, no âmbito do programa Erasmus+ Sport, que o SCV decidiu organizar, desta vez, um evento competitivo, reunindo, em Viana do Castelo, as principais potências europeias de surf adaptado”, refere João Zamith, presidente do SCV.

 

Assim, este que foi o primeiro encontro europeu de seleções da modalidade, trouxe à “Princesa do Lima” 13 atletas, das classes AS1, AS2, AS4 Prone, AS 5 Assist e AS VI, e 42 outros elementos, sobretudo treinadores e terapeutas, de quatro seleções nacionais: Portugal, Espanha, Itália e França. Com uma intensa agenda competitiva que pretendeu, por um lado, selecionar os atletas que, em 2018, vão representar as cores nacionais e, por outro, constituir uma importante prova de preparação para vários atletas internacionais que vão disputar o Campeonato Europeu em Lacanau, França, no próximo mês de setembro.

 

Com organização técnica da FPS, o Adaptive Surfing Meeting registou condições de mar de feição, com ondas de 0,5m a 1m na praia do Cabedelo. 

 

Camilo Abdula (POR) foi o vencedor da classe AS1; Maxime Cabanne (FRA) venceu em AS2; Massimiliano Mattei (ITA) foi o vencedor em AS4 Prone; em AS 5 Assist, Nuno Vitorino (POR) sagrou-se o grande vencedor; e Gwendal Du Fretay (FRA) venceu em AS VI.

 

O grande destaque vai para Marta Jordão Paço, atleta do SCV, que, aos 13 anos, conseguiu o 2º lugar na categoria Visual Impair, sagrando-se a atleta sensação do encontro. O seu talento foi reconhecido por todas as entidades presentes, incluindo pelo Comité Paralímpico de Portugal.

 

Além da competição e de visitas à cidade, do programa sobressaem ainda três reuniões de treinadores e três workshops: “Adaptive Surfing Performance", no qual foi realizado um ponto de situação por país participante; "Nutrition & Mindfulness Training”, com a primeira temática, que se centrou num debate em torno do consumo de leite, promovido pela nutricionista Raquel Leitão e ficando a segunda temática dinamizada pelo fisioterapeuta Carlos Costa; e "Surfing in Paralympics" que teve como oradores o Presidente do Comité Paralímpico de Portugal, José Manuel Lourenço, e o Presidente da Federação Portuguesa de Surf, João Aranha.

 

Durante este Adaptive Surfing Meeting, que tinha também a missão de promover a modalidade, ser solidário e inclusivo, 25 utentes da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental de Viana do Castelo tiveram a possibilidade de experimentar surf gratuitamente.

 

João Aranha, Presidente da FPS, considera que “este evento pioneiro registou um balanço extremamente positivo. Tendo ultrapassado os objetivos, inicialmente, propostos, pois possibilitou uma experiência única a todos os participantes e sobretudo à primeira equipa nacional de surf adaptado, que pôde contactar com as equipas europeias mais importantes”.

 

Além de considerar que “o SCV tem condições para organizar o Campeonato Europeu de Surf Adaptado”, espera “que mais projetos destes possam surgir, de futuro, em parceria com o SCV e com a Câmara Municipal de Viana do Castelo”.

 

Segundo João Zamith, este meeting serviu para reafirmar as potencialidades de Viana do Castelo, especificamente da praia do Cabedelo e do Centro de Alto Rendimento de Surf, no que respeita ao surf adaptado e foi também uma excelente oportunidade para atletas, treinadores e dirigentes trocarem experiências e boas práticas. 

 

“Este segundo ensaio à escala europeia, agora em termos competitivos, funcionou ainda como um teste que confirma a nossa preparação em termos técnicos, de estrutura e ao nível organizativo para a realização, em Viana do Castelo, do Campeonato Europeu de Surf Adaptado. A juntar a isto, estamos muito orgulhosos por termos uma jovem promessa, como a Marta Paço, na equipa nacional”, avança o presidente do SCV.

 

José Manuel Lourenço, Presidente do Comité Paralímpico de Portugal, também faz um balanço muito positivo do evento, “pela sua forte aposta na inclusão no desporto e pela promoção da prática desportiva para pessoas com deficiência”. Considerando que “para a divulgação desta modalidade emergente foi importante a presença dos atletas estrangeiros”.

 

José Manuel Lourenço acredita mesmo que, a longo prazo, a dinâmica do surf e o facto de haver cada vez mais jovens com deficiência a se interessarem por esta modalidade fará com que, em 2028 ou 2032, o surf adaptado seja uma modalidade paralímpica.

Itens relacionados

Perfil em destaque

Scroll To Top