Innovation Session serve de "warm-up" para Surf Out Portugal

“Surf é uma das modalidades desportivas com maior potencial de crescimento em Portugal”.

 

Fotografias de Zé Maria Rebelo de Andrade

 

A Surf Out Portugal juntou, esta quinta-feira, os principais players do surf num workshop de inovação apresentado pela Huse Innovation. Na iniciativa, que decorreu no hotel The Oitavos, em Cascais, estiveram também presentes o empresário Tim Vieira e o assessor do Presidente da República para a área das empresas e inovação, Luís Ferreira Lopes. Ambos estão de acordo quando ao potencial do setor: dizem que o surf é a modalidade que mais pode crescer em Portugal.

 

Luís Ferreira Lopes marcou presença no evento – a Innovation Session –, juntando-se aos stakeholders para perceber em que estado está o setor e dar o seu input sobre a importância da inovação e o potencial do setor.

 

“O surf é uma das modalidades desportivas com maior potencial de crescimento em Portugal, seja em número de praticantes, seja na área das empresas, desde escolas de formação, negócios de hotelaria, indústria têxtil técnica, pranchas, etc. Todo o negócio à volta do surf pode crescer, mas para isso é necessário que todos os stakeholders comuniquem mais e melhor, identifiquem quais os problemas e foquem nas soluções e que – com ou sem apoios de entidades públicas – percebam como podem funcionar como cluster. E têm de perceber se já são um cluster ou se são só um conjunto de empresas. E se estivermos num cluster – e acho que estamos numa situação emergente de cluster –, isso pode ser importante para a promoção do país, não só como destino de surf, mas também pelo respeito pelo mar, pela natureza. Não necessariamente um turismo massificado, mas de respeito e em comunhão com os valores do surf”, diz o assessor para a área das empresas e inovação.

 

Sobre inovação, o foco deste momento de “warm-up” da Surf Out Portugal, Luís Ferreira Lopes acrescenta: “Inovar é saber estar permanentemente na crista da onda, mas é também saber que o facto de cair e se desequilibrar faz parte. Em Portugal há medo de cair, de falhar, porque há um estigma associado a isso. Quem está no surf é um exemplo, pela capacidade de reinvenção, pela resiliência, pela ousadia. E isso é muito importante”.

 

“A inovação pode ser disruptiva ou incremental. Por vezes, quando temos muito trabalho feito, podemos só ir incrementando inovação aos poucos. Mas se acharmos que é preciso acabar com tudo e fazer tudo de novo, também pode ser. Às vezes é preciso ser disruptivo, é preciso arriscar. A inovação tem a ver com a tecnologia, com modelos de gestão, mas muito com atitude. É dar o que alguém precisa. E inovar nesta área está muito ligado à resiliência, ao não ter receio de fazer diferente para potenciar ainda mais o país. E a autenticidade é que vai fazer a diferença, porque não podemos plastificar a nossa cultura. É preciso que as regiões mantenham a sua genuinidade”, nota ainda Luís Ferreira Lopes. 

 

 

O empresário Tim Vieira, que tem somado negócios em Portugal, alguns virados para o surf, tem uma visão semelhante, tanto quando ao crescimento do setor, como pela importância de manter a sua autenticidade: “Acredito que o surf é um ‘lifestyle’ que vai continuar a crescer e é uma indústria que ainda é autêntica. Penso que os millenials vão fazer mais surf do que golf e as pessoas do setor têm muita paixão. Encontro mais pessoas a querer fazer surf do que a jogar golf – até os meus filhos – e temos de acreditar no que vemos à nossa volta”.

 

Sobre como podemos aproveitar ainda mais o boom que o país está a viver com o surf, o empresário salienta que, para o aproveitarmos ainda mais, não podemos apenas focar nas ondas grandes: “Não podemos pensar em nichos, só nas ondas grandes. Temos também de pegar no ‘lifestyle’ até porque às vezes não há ondas: podem ser bares giros, hotelaria…tem muito mundo à volta. O importante é manter as coisas simples e o mais natural possível. Temos que mostrar as nossas vantagens e depois colher os frutos e Portugal é bom a colher. Podemos ter uns a usar as ondas grandes, mas há ondas para todos, só temos de esperar pela nossa onda. E ainda há ondas por descobrir”, salienta, acrescentando que são os fatores diferenciadores que trazem turistas para Portugal em vez de estes irem para Biarritz.

 

“Se tens a maior onda, ótimo. Se não tens a maior mas tens a melhor onda pequena, ótimo também. Quando temos a melhor das mais pequenas também temos de aproveitar. Há uma onda para cada medida. E em Portugal temos bons ‘shapers’, bons produtos, boa hotelaria e isto tudo pode crescer. O importante para que isso aconteça é fazer o que a Surf Out Portugal está a fazer: pôr as pessoas a falar, pôr Portugal a pensar em liderar, não em mudar mas a melhorar. E temos de deixar os jovens com paixão trabalharem”, conclui o empresário.

 

A Surf Out Portugal abre portas pela primeira vez amanhã, dia 15 de setembro, e estende-se até domingo. Serão dois dias de imersão no surf, com debates com figuras de relevo – Surf Talks by Turismo de Portugal –, uma mostra dos melhores produtos e serviços ligados ao surf, com cerca de 50 expositores, e muita animação, com música, food trucks, yoga, moldagem e pintura de pranchas ao vivo, entre outras atividades, num evento para toda a família.

 

No dia 16, domingo, Frederico Morais, surfista português do World Tour, também vai entrar na onda, proporcionando uma sessão de autógrafos a todos os visitantes no recinto. Nesse mesmo dia, pelas 18h, o surfista de ondas grandes Benjamin Sanchis – conhecido como “Sancho” – vai igualmente passar pelo evento. O surfista francês vai falar do documentário “Vague à l’Ame”, que mostra a história de um grupo de surfistas e a sua conquista das grandes ondas, pela lente do realizador Vincent Kardasik.

 

A entrada na FIARTIL tem um custo de apenas 2€, sendo que crianças com menos de 12 anos não pagam. 

Itens relacionados

Perfil em destaque

Scroll To Top