Imagem da praia de Matosinhos esta manhã - Live Cam Surftotal Imagem da praia de Matosinhos esta manhã - Live Cam Surftotal terça-feira, 05 fevereiro 2019 12:36

SURF AFIRMA-SE COMO TRUNFO DA ECONOMIA EM MATOSINHOS

Estudo revela que a actividade de ondas na Praia de Matosinhos proporciona, à economia local, um acréscimo de receitas que pode chegar aos 7,400,000 € por ano.   

O impacto económico no concelho de Matosinhos causado pela actividade de desporto de ondas é estimado, em termos anuais, entre 620,000 e 1,400,000 € por surfistas portugueses e entre os 2.500.000 e os 6.000.000 € por praticantes estrangeiros. O reflexo económico específico na indústria de surf na Praia de Motosinhos também é abordado nesta análise, mesmo sem números actuais é referido que está "em franca expansão, demonstrando um considerável aumento ao nível do número de escolas e lojas de surf ao longo dos últimos dois anos, sendo ainda de destacar que durante o presente ano inaugurou na Praia de Matosinhos uma loja da multinacional australiana Rip Curl".

Antes de destacarmos mais algumas curiosidades ficam aqui os devidos créditos a quem os merece. "Análise Preliminar das Actividades de Deslize em Ondas na Praia de Matosinhos" é o tema do trabalho que mereceu a nossa atenção e pode ser lido aqui, na íntegra. Foi realizado por Afonso Gonçalves Teixeira, investigador do Centro de Investigação, Desenvolvimento e Inovação em Turismo (CiTUR) do Instituto Politécnico de Leiria e do Center for Surf Research (CSR) da San Diego State University.

O relatório foi feito com o objectivo de melhor compreender a realidade da actividade dos desportos de ondas na Praia de Matosinhos, a indústria do surf, os desafios sociais, culturais e ambientais que possam pôr em causa a continuação do desenvolvimento destas modalidades.

 

CRESCIMENTO AVASSALADOR DE PRATICANTES DE SURF EM PORTUGAL - DE 1000 PARA 700.000

O estudo dá conta de um crescimento avassalador do número de praticantes de surf em Portugal. Em 1990 era de cerca de 1.000 e hoje, 29 anos depois, situa-se entre os 500.000 e os 700.000. Uma "pequena" parte dos 35 milhões de surfistas que existem em todo o Mundo, oriundos de 162 países. Uma tendência que é acompanhada pela realidade na Praia de Matosinhos, local apontado neste relatório "como um dos principais “palcos” do país para a aprendizagem destas modalidades, sendo o centro da indústria de surf no Norte de Portugal" que recebe 215 mil visitas anuais de surfistas, 70% portugueses e 30% estrangeiros. Entre os nacionais 2/3 vivem a menos de 10 km da Praia de Matosinhos. Em relação aos estrangeiros há sinais de que a experiência que tiveram para a grande maioria é para repetir, só 14 em 100 garantem ser pouco provável voltarem.

 

Esta análise destaca 3 grandes atractivos da Praia de Matosinhos para os surfistas. Depois de vários inquéritos realizados o resultado é o seguinte:

- Facilidade de Acesso (34,4%)

- Consistência das Ondas (32,3%)

- Qualidade das Ondas (23,1%)

(a Envolvente Cultural foi referida apenas por 1,8% dos inquiridos como motivo pelo qual escolhem o local para surfar)

 

O OVER CROWDING EM MATOSINHOS:

Em termos sociais, este estudo apresenta um desafio, comum aos principais destinos de surf internacionais e normalmente referido recorrendo à expressão inglesa overcrowding, que corresponde à sobrelotação dos recursos únicos naturais onde se leva a cabo a atividade de surf – as ondas" e que dá origem "a episódios de conflito que acabam por deteriorar a experiência de todos os utentes das praias".

A nível ambiental as preocupações são amplas, entre as quais "a poluição dos oceanos e das praias, as alterações climáticas e o avanço do mar delas decorrente, bem como os projetos de desenvolvimento que ponham em causa a qualidade e/ou existência de determinados spots de surf" (esta última abrange em particular a construção de uma extensão de 300m do actual Quebra Mar do Porto de Matosinhos, notícia já avançada aqui). Perante isto o relatório refere que é fundamental "garantir a preservação e limpeza das praias de forma mais regular" e indispensável que "a sociedade reconheça o valor das ondas e o contributo que estas podem dar para o desenvolvimento das comunidades".

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