Afonso Antunes cumpriu um sonho mas foi eliminado tal como Vasco Ribeiro do Meo Pro Portugal Thiago Diz/WSL sexta-feira, 04 março 2022 17:55

Afonso Antunes cumpriu um sonho mas foi eliminado tal como Vasco Ribeiro do Meo Pro Portugal

Resta somente o português do Tour, Frederico Morais, na 3º etapa do circuito mundial em Supertubos/Peniche

 

O wildcard Afonso Antunes não teve uma maré de sorte na sua estreia do Meo Pro Portugal. No primeiro heat da primeira ronda esteve 40 minutos sentado a tentar fazer frente às condições complicadas que se observavam e que forçaram a WSL a interromper a prova perspetivando melhoras para a tarde mas, enquanto isso, já tinha sido transferido para as eliminatórias.

Ainda assim nem tudo foram dissabores e apesar da derrota precoce no Meo Pro Portugal que representa o lado negativo da história, houve também um lado positivo. O jovem português competiu ao lado de Kelly Slater que caiu igualmente para as repescagens. Na entrevista que cedeu ontem à Surftotal, Afonso Antunes disse que adoraria competir contra o 11x campeão mundial: “Ele sempre foi uma inspiração para mim, seria um sonho realizado”. Agora, Afonso, pode deixar de falar de forma hipotética e afirmar que o realizou.

 

1º heat de repescagem: Afonso Antunes x Kelly Slater e Connor O'Leary

O começo do seu heat contra Kelly Slater e Connor O’Leary foi marcado por um “whaaat?” motivado pelo GOAT. O 11x campeão mundial, voltou para o campo de batalha ‘com outra atitude’, tal como disse no pós-heat, e mal começou a bateria, se não soubessemos que é humanamente impossível, podíamos jurar que Kelly tinha deixado uma onda pronta à espera com o seu nome escrito. Entrou na esquerda, criou suspense e saiu depois de uma demorada linha tubular. Não tinham passado 2 minutos e Slater já contava com um 7.33 pontos em 10 possíveis.

Logo a seguir veio Connor O’Leary que entubou também para uma esquerda, apesar de pouco duradoura. Afonso Antunes mostrou-se mais ativo comparativamente ao primeiro round mas os tubos que encaixava não rodavam o suficiente para o cobrir e, por mais que fizesse uso de esforços para se atrasar na onda, ficava sempre muito perto da ‘boca’. Contudo, se não tivesse deixado o aéreo de backside atrás da onda, possivelmente ter-lhe-ia valido um bom score. Mas tanto essa primeira onda como a segunda, que tinha potencial mas acabou por engoli-lo, deram-lhe um nota de 1 ponto.

Connor O’Leary, que contava no seu quadro de notas com apenas um 2.50 pontos e um 1.67 pontos, entrou num túnel longo e arrancou 5 pontos. Mal chegou ao lineup nem perdeu tempo a sentar-se na prancha, largou os tubos e aproveitou uma onda com parede para atacar o lip com duas batidas, conquistando 4.17 pontos. Atirou Kelly, que não tinha backup, para segundo lugar e deixou-o a precisar de 1.84 pontos.

Mas Slater não o permitiu sequer sentir o gosto da liderança e rapidamente conseguiu um 5.77 pontos num tubo para a direita. Connor O’Leary ficou a precisar de 8.10 pontos para passar para 1º e Afonso Antunes de 8.17 para avançar para o terceiro round. Ambos com necessidades semelhantes mas em condições diferentes, já que no final das contas o wildcard português despediu-se do Meo Pro Portugal e O’Leary embarcou na carrugem para a ronda seguinte.

 

 

 

 

Kelly Slater cercado pela multidão portuguesa. Aos 50 anos ainda é o surfista mais popular do mundo. | Créditos de imagem: SurfTotal

 

 

2º heat de respescagem: Vasco Ribeiro x Conner Coffin e Lucca Mesinas

Seguiu-se o heat de repescagens com o português Vasco Ribeiro, que enfrentou Conner Coffin e Lucca Mesinas. Em traços gerais a bateria foi marcada por uma ação tímida com scores pouco entusiastas. O português foi o primeiro a apanhar uma onda mas foi consumido pela explosão. Coffin veio na onda atrás e o crítico drop seguido de uma manobra valeram-lhe 2.10 pontos. Já o peruano, Lucca Mesinas, entrou numa esquerda tubular e atacou o lip com precisão, conseguindo a melhor nota do heat um 4.17 pontos.

Depois de largos minutos sem ondas surfadas, a 9 minutos do fim, Vasco Ribeiro exibe o seu surf potente e solta duas batidas fortes mas os juízes deixaram claro que não era isso que procuravam para atribuir um bom score e deram-lhe um 2.77 pontos, que o manteve em terceiro lugar. Lucca Mesina, que precisava de 2.53 para avançar enquanto disputava a liderança com Conner, teve um dedo certo na escolha da onda. Entubou, fez um carve no final e passou para primeiro. Tanto Vasco Ribeiro como Conner Coffin fizeram parte da resistência. Entravam em tubos pesados que não lhes mostrava a saída para alterar as posições em que se encontravam, algo que acabou por não acontecer.

 

 

 

Vê aqui em direto o beach cam da Surftotal em Supertubos

 

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