No domingo passado, as Mentawai receberam um swell histórico - e Pedro Boonman esteve lá para aproveitar

Kelly Slater e Aritz Aranburu juntaram-se à festa.

 

 

Pedro Boonman foi um dos sortudos que estava nas Mentawai no passado fim-de-semana, quando lá entrou o swell do ano e um dos maiores de sempre. O dia começou por volta das 5h30 da manhã, com a partida de um barco para NoKandui. A bordo, com Boonman, estava João Maurício Jabour e o seu filho Kailani Jabour, Sam Pitter e Polones Max. Iam em silêncio, deixando a antecipação ferver por dentro. 

No caminho, passaram por Hideaways e confirmaram que o swell já tinha entrado, potente, com período de 21 segundos e tamanho de 6 a 8 pés. Mas em Kandui ainda tiveram que esperar: a brisa de noroeste não permitiu desde logo as condições ideais. Mas esperaram pouco, e valeu a pena, pois logo o vento virou e as ondas foram ficando cada vez mais perfeitas. Os surfistas não perderam mais tempo e entraram na água. Alguns deles nunca tinham surfado ali, e muito menos nestas condições, por isso a sede de ondas era grande nessa manhã.

João Maurício apanhou uma das melhores ondas do dia, mas o resto do grupo não ficou atrás, e o mesmo se pode dizer de todos os outros surfistas que foram chegando para aproveitar as ondas. No entanto, com o passar do tempo o vento voltou a virar para Noroeste, tornando as condições mais difiíceis. Entre todos os tubos completados, houve também muitos wipeouts, incluindo o de Kailani Jabour, que acabou por bater no fundo e voltou à superfície com alguns cortes na cara. Voltou para o barco e deu o seu dia por terminado. 

 

 

Pedro Boonman. créditos: Luana Panek

 

 

O resto do grupo não tardou a voltar, visto que as condições já não estavam ideais. No caminho de volta para o resort, os surfistas não resistiram a mais um surfzinho em Hideaways, que estava sem crowd e com tubos perfeitos. Nesta surfada, Boonman e Pitter destacaram-se. Hideaways também foi o spot escolhido para a sessão da tarde, depois de terem ido recarregar as energias no resort. 

 

 

Dia D - uma ondulação histórica

No dia seguinte as previsões apontavam para que o mar tivesse crescido, e o plano foi o mesmo. Saíram de barco o mais cedo possível e rumaram para NoKandui. O que encontraram foi um dia de ondas tão grandes ou maiores que o famoso Muzza Swell de 2015, e claro que não estavam sozinhos: cinco charters foram até ao local para aproveitar este dia histórico de surf. 

A partir daí, foi ver o espetáculo que se desenrolar e os tubos gigantes que vinham sem parar. João Maurício lesionou-se na primeira onda e teve que sair. Já Kailani, recuperado do dia anterior, aproveitou bem a sessão. Sam e Max foram surpreendentes acima de tudo por serem mais jovens que os restantes, e Boonman aventurou-se em tubos difíceis, a maioria dos quais conseguiu completar. 

 

 

Kailani Jabour. créditos: Luana Panek

 

 

Quem ficou a assistir do barco juntava-se em gritos de celebração a cada tubo, criando um ambiente memorável. Esse ambiente replicava-se nas ondas, com o máximo respeito entre os surfistas, profissionais e amadores. Um dos nomes de peso na água foi Aritz Aranburu, que se destacou ao completar tubos que pareciam impossíveis. A festa ficou realmente completa com a chegada de Kelly Slater, que naturalmente também foi um dos pontos altos do dia. 

Apesar de ser difícil afirmar com certeza que um swell é o melhor ou um dos melhores de sempre - e na surfada em questão o vento dificultou bastante as condições - o facto é que este dia foi especial. E um dia de surf histórico não se faz apenas do swell histórico. É também composto por quem o surfa, quem o testemunha, e como é recordado. E deste dia levam-se  certamente boas memórias. 

 

 

 

Kelly Slater. créditos: Luana Panek

 

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