Retrospectiva: Os momentos mais marcantes do surf nacional em 2021 quarta-feira, 29 dezembro 2021 17:29

Retrospectiva: Os momentos mais marcantes do surf nacional em 2021

Um ano ímpar e repleto de acontecimentos.

 

 

2021 foi um ano desafiante em todas as áreas, e o surf não foi excepção. Mas mesmo com incertezas, reajustes, mudanças de planos, a comunidade do surf foi sabendo, como sempre, reinventar-se, e encontrar a inevitável alegria que vem com a paixão pelo mar. Nestes 12 meses, houve vários momentos especiais tanto a nível internacional como a nível nacional. Queremos relembrar alguns dos mais marcantes.

 

Número de praticantes de surf em Portugal aumentou exponencialmente

 

Em parte porque a pandemia inspirou as pessoas a procurar actividades físicas individuais e ao ar livre, em parte porque o surf tem-se tornado cada vez mais popular no mundo inteiro (e veremos alguns exemplos disso ao longo desta lista), o facto é que o cenário do surf em Portugal tem contado com cada vez mais praticantes, mais investimento, e mais inovação. De mãos dadas com o crescimento do número de praticantes, temos visto também um crescimento no mercado de material técnico para a prática de surf. Este é um cenário promissor para a comunidade portuguesa de surf, cuja presença no cenário mundial vai de ano para ano ficando cada vez mais forte.

 

Liga MEO seguiu firme durante a pandemia e deu o exemplo a nível mundial

 

Numa altura em que eventos de surf à volta do mundo foram cancelados devido à pandemia, a Liga MEO conseguiu manter-se de pé e o circuito realizou-se de forma segura e eficaz. Francisca Veselko e Vasco Ribeiro foram os campeões nacionais – este foi o 5º título de campeão nacional para Vasco Ribeiro, que pode juntar a isso o facto de ter sido campeão europeu da WSL. Já Francisca Veselko, além de campeã nacional, foi a vencedora da Allianz Triple Crown e Junior do Ano pela ANS, tendo recebido ambos os prémios ao lado de Afonso Antunes.

 

Vasco Ribeiro e Francisca Veselko no Portugal Surf Awards. Foto: Jorge Matreno/ANS

 

Mulheres portuguesas representaram heroicamente o país nos Jogos Olímpicos e na WSL

 

O surf português feminino superou todas as expectativas, e teve vários momentos merecedores de destaque ao longo ano. Entre eles estão as prestações de Yolanda Hopkins e Teresa Bonvalot nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Esta foi a primeira edição dos Jogos Olímpicos que incluiu o surf como modalidade (eis um exemplo do crescimento da popularidade do surf), o que faz da participação de todos os atletas histórica por si só. Teresa Bonvalot conquistou um 9º lugar, e Yolanda Hopkins chegou ao 5º lugar, com direito a diploma olímpico – resultados louváveis e parte de um ano brilhante para ambas. Quanto às medalhas de ouro, Carissa Moore e Italo Ferreira foram os seus recipientes.

Ainda relativamente às atletas portuguesas, importa destacar a brilhante vitória de Teresa Bonvalot no QS 3000 Azores Airlines Pro, ao lado de Maxime Huscenot. Na mesma etapa, Mafalda Lopes encarnou o lema de que o céu é o limite, e atingiu a perfeição com um aéreo que lhe valeu 10 pontos.

 

Yolanda Hopkins e Teresa Bonvalot. Foto: FPS 

 

 

 Marta Paço foi campeã mundial de surf adaptado

 

Por falar em portuguesas que representaram heroicamente o país este ano, Marta Paço, com apenas 16 anos, venceu o ISA World Parasurfing Championships em Pismo, na Califórnia, na categoria Women VI1. Camilo Abdula, na categoria Men's S1, também foi finalista, tendo ficado em 4º lugar. O evento contou ainda com o anúncio de fim de carreira de Nuno Vitorino, pioneiro do surf adaptado em Portugal, que terminou a prova nos quartos de final. 

 

Marta Paço. Foto: Ben Reed

 

 

 

Nicolau Von Rupp foi considerado uma das 21 pessoas mais influentes do ano

 

Nicolau Von Rupp teve um ano em cheio, que culminou no Nazare Tow Surfing Challenge, evento em que a sua equipa com Pedro Scooby ficou em 2º lugar. Pelo seu trabalho, carácter, dedicação e coragem ao longo do ano, o surfista português foi um dos homenageados pela Stab, na lista das 21 pessoas mais influentes do ano de 2021

 

 

 

 

 

Frederico Morais terminou o ano no top 10 do CT, o melhor resultado de sempre de um atleta português

 

Kikas teve o seu melhor ano de sempre no CT, que contou com um 3º lugar na etapa de Narrabeen, na Austrália, e um 5º lugar na etapa de Barra de la Cruz, no México. O atleta terminou esta temporada do CT no 10º lugar do ranking, o seu melhor resultado e o melhor resultado de sempre para um surfista português.

O circuito este ano contou também com um formato novo, em que a etapa final em Trestles foi disputada apenas entre os top 5 homens (Gabriel Medina, Filipe Toledo, Italo Ferreira, Conner Coffin e Morgan Cibilic) e mulheres (Carissa Moore, Tatiana Weston-Webb, Sally Fitzgibbons, Johannne Defay e Stephanie Gilmore). Foi o dia de competição com maior audiência da história da WSL – mais um exemplo da popularidade do desporto – e os vencedores foram Gabriel Medina e Carissa Moore.

Quanto à composição do CT 2022, não é para já que podemos esperar a participação de mais portugueses. A lista de novos nomes que conseguiram vaga no CT através do Challenger Series é, contudo, entusiasmante, incluindo surfistas como Zeke Lau, Jake Marshall e Imaikalani DeVault, do lado masculino, e Brisa Hennessy, Gabriela Bryan e Caitlin Simmers, do lado feminino. O ranking do Challenger Series foi encabeçado por Gabriela Bryan e pelo atleta do CT Kanoa Igarashi.

 

Frederico Morais. Foto: WSL/Poullenot

 

 

Portugal chorou a perda de Da Pin, um ícone do surf nacional

 

No mês passado, a comunidade de surf portuguesa chorou a perda de um dos nomes mais icónicos da história nacional do desporto. João Alexandre Da Pin foi uma figura incontornável do surf, cuja vida mudou para sempre os nossos mares e as nossas praias, e cuja partida deixou a comunidade um pouco mais pobre. No dia 1 de Dezembro, os surfistas portugueses juntaram-se na praia de Carcavelos, onde a importância de Da Pin era ainda maior, para celebrar o seu contributo para a história do surf e para a vida de tantos surfistas.

 

 

 

A defesa do ambiente torna-se cada vez mais urgente, e surfistas seguem na linha da frente

 

Falar de justiça climática torna-se mais urgente a cada ano, e em 2021 aproximámo-nos ainda mais do perigo. Foi divulgado este ano o novo relatório do IPCC, que consiste em mais de três mil páginas que apontam para o facto de que algumas consequências do aquecimento global já são irreversíveis e vão durar séculos ou milénios. A crise climática já não é um cenário hipotético do futuro, é real e está aqui, a ser sentida em várias partes do mundo – o recente desastre em Siargão, nas Filipinas, é um exemplo disso.

Os surfistas, como de costume, estiveram este ano na linha da frente da luta climática, com iniciativas que pretendem evitar, ou minimizar, os impactos da actividade humana no ambiente, e mais particularmente no oceano. A crescente consciencialização de que a indústria do surf é bastante poluente também tem vindo a contribuir para uma maior iniciativa por parte das marcas por procurar alternativas ecológicas para o fabrico de material de surf. São esforços importantes, dignos de ser mencionados, e essenciais para a nossa sobrevivência neste planeta.

 

 

Surftotal celebra 20 anos de existência e é condecorada com Prémio Carreira pela ANS

 

Queremos finalizar esta lista com uma nota de agradecimento. 2021 marcou os 20 anos de existência da Surftotal, que recebeu o Prémio Carreira pela ANS. E por isso, só temos a agradecer aos nossos leitores, amigos, e parceiros por todo o apoio que nos deram, não só este ano, mas ao longo de todo este tempo. Que venham mais 20!

 

Pedro Almendra no Portugal Surf Awards. Foto: Jorge Matreno/ANS

Itens relacionados

Perfil em destaque

Scroll To Top